Praticamente um mês depois do primeiro doente confirmado com covid-19 - e agora com um total de 7.443 -, Portugal regista apenas 43 casos recuperados. Um número baixo, que foi explicado esta terça-feira, na conferência de imprensa de balanço diário.

«É uma doença de convalescença lenta e notificação tardia. A maior parte dos dentes é tratada no domicílio,  que pode provocar um hiato maior na recuperação, dependente de dois testes negativos», começou por dizer António Lacerda Sales, secretário de Estado da Saúde.

Diogo Cruz, Subdiretor Geral de Saúde, explicou depois que o estudos indicam que o vírus «permanece na orofaringe muito tempo, mesmo depois de os doentes estarem completamente assintomáticos».

«Temos casos de várias pessoas que estão em casa, sem quaisquer sintomas, mas que só consideramos recuperados após dois testes negativos passados pelo menos com 24 horas. Essas pessoas continuarão em isolamento domiciliário, pois continuam com o vírus positivo, apesar de estarem clinicamente bem. Este dia em que se repete o teste é muito variado, de pessoa para pessoa. Em media é 14 dias, mas há pessoas com 21 ou 28 dias de vírus na orofaringe. Só estamos a considerar recuperados com o segundo teste negativo em casa. Isto gera um atraso nos recuperados, vão ser sempre reportados tardiamente. Mas a plataforma permite precisamente fazer os testes em ambulatório», acrescentou ainda.