O segundo jogo entre Pick Szeged e Benfica, na Taça EHF de andebol, permitirá nova homenagem do povo húngaro a Miklós Fehér. O avançado faleceu a 25 de janeiro de 2004 e, quase uma década mais tarde, continua a ser lembrado no seu país.

Neste sábado, a formação magiar irá recordar Fehér durante o embate com os portugueses. No fim-de-semana passado, fez questão de depositar uma coroa de flores, um cachecol e um galhardete junto do busto do jogador que se encontra no Estádio da Luz.

O Benfica perdeu o duelo (25-26) mas esse não é o principal dado no lançamento do jogo na Hungria. O clube encarnado associa-se à homenagem e tem feito pequenas ações do género. Em setembro, por exemplo, a equipa sub-16 visitou o cemitério onde ficou depositada a urna de Miki.

Agora, é o Pick Szeged, sem nenhuma ligação próxima com o futebolista, a promover um ato simbólico. «Todo o jogo deste sábado será dedicado à memória de Miklós Fehér», sublinha o diretor desportivo do clube, Nandor Szogi, à Maisfutebol Total.

«Num dos cantos do pavilhão estará um ecrã onde será mostrado um vídeo sobre a vida e a carreira de Miklós, na Hungria e em Portugal. Depois, haverá uma ovação de pé e os adeptos estão a preparar uma grande bandeira com uma mensagem em húngaro e em português», acrescenta o responsável.

O conteúdo será revelado neste sábado. «Não sei qual é a mensagem, querem fazer uma surpresa. Para além disso, convidámos os pais de Miklós que estarão no jogo e serão eles a iniciar simbolicamente o encontro», conclui Nandor Szogi.

Dezenas de jovens na Academia Miklós Fehér

 
286 quilómetros a separar Szeged de Gyor, cidade onde o nome do jogador continua a ser acarinhado.

Miklós Fehér representou o Gyor ETO na adolescência, seguindo posteriormente para o FC Porto. O húngaro passou por Salgueiros e Sp. Braga por empréstimo dos dragões. Em 2002, assinou pelo Benfica, vestindo a sua última camisola.

Em Guimarães, a 25 de janeiro de 2004, perdeu a vida. Três anos mais tarde, surgiu a Academia de Futebol Miklós Fehér.

O Gyor ETO quis honrar a memória do seu antigo jogador, colocando o nome deste na nova academia do clube. Por lá, perto de 300 jovens recebem a indispensável educação enquanto alimentam o sonho de uma carreira profissional no futebol.

A moderna Academia, que já recebeu por duas vezes um prémio de excelência, tem alojamento disponíveis para cem promessas, acolhendo aquelas que são oriundas de locais afastados de Gyor.

«O futebol ensinou-me a vencer mas também a perder. Ensinou-me que a alegria sobrepõe-se sempre à mágoa. O objetivo é a felicidade e essa é a cura para todas as oportunidades falhadas».

A frase de Fehér serve de inspiração para centenas de jovens húngaros.

O lamentável assalto e a visita dos jovens encarnados

No final de agosto de 2013, porém, surgiu uma mancha nesta homenagem imaculada a Miklós Fehér. A sepultura onde jaz o corpo do jogador foi alvo de um lamentável assalto. Um dia triste para os pais do húngaro.

«Levaram camisolas, cachecóis, peças de cerâmica e até um troféu», desabafou o progenitor do malogrado avançado.

Os ladrões tentaram partir o vidro que protege o depósito de recordações e acabaram por abri-lo pela lateral. Tudo em meia dúzia de minutos, escapando à vigilância. Uma vergonha.
Um ato isolado, de qualquer forma. Na Hungria e em Portugal, a memória do jogador continua a merecer o máximo de respeito. Duas semanas mais tarde, a 13 de setembro, a equipa sub-16 do Benfica prestou mais uma sentida homenagem ao jogador.

Os jovens encarnados, que participaram na Audi Cup em Gyor, aproveitaram a ocasião para marcar presença no cemitério da localidade.

Um momento intenso, como as imagens demonstram.