Cristiano Ronaldo definiu 2016 como o melhor ano da sua carreira e, se olharmos para o que conquistou, não sobra grande margem para rebater: foi campeão da Europa com Portugal, venceu a Liga dos Campeões, a Supertaça Europeia e o Mundial de clubes com o Real Madrid.

Fez 57 jogos e marcou 55 golos. Foi o mais produtivo dos seus 15 anos de seleção, uma aventura que começou em 2002: 13 golos em 13 jogos. Em absoluto, até foi o ano menos produtivo em termos de golos desde 2009, como pode recordar aqui, mas os títulos coletivos de 2016 fazem toda a diferença. E mais alguns individuais, já agora. Foi o melhor marcador da Liga dos Campeões na época passada, o melhor marcador e melhor jogador do Mundial de clubes, já a fechar o ano.

Aos 31 anos, 32 daqui por menos de um mês, Cristiano aproximou-se da sua némesis, Lionel Messi, neste duelo só deles que travam há uma década. Foi o quarto prémio de melhor do mundo da FIFA para Cristiano Ronaldo. Os outros três aconteceram em 2008, 2013 e 2014. Ao que podemos juntar os dois prémios de melhor do mundo da France Football, no tempo em que os dois galardões não coincidiram: também venceu a distinção da revista em 2008 e em 2016.

Messi vai em cinco, ganhos consecutivamente de 2009 a 2012 e depois em 2015. O argentino foi segundo este ano e nem apareceu em Zurique para receber o prémio. O Barcelona decidiu não enviar jogadores à gala este ano, algo que aliás José Mourinho e Cristiano Ronaldo já tinham feito em janeiro de 2012, na cerimónia que consagrou Lionel Messi e Pep Guardiola.

À margem deste duelo de gigantes, na gala da FIFA para as cores portuguesas merece destaque ainda o terceiro lugar do selecionador nacional Fernando Santos no prémio de melhor treinador do ano, em que ficou ligeiramente atrás de Zinedine Zidane numa votação em que quem levou a melhor foi o italiano Claudio Ranieni, que levou o Leicester à conquista do título inglês. De recordar que o único português que entrou na disputa deste galardão foi José Mourinho, que venceu em 2010 e foi finalista em 2011 (3.º) e 2012 (2.º).

Ronaldinho juntou-se às congratulações

No entanto, o destaque do dia foi Cristiano Ronaldo, que foi «The Best» ao receber pela quarta vez o prémio FIFA para melhor jogador do ano. E o mundo voltou a curvar-se diante dele.

Ontem, em Zurique, a conquista da quarta distinção para melhor jogador da atualidade (a primeira com o novo troféu, agora sob a designação The Best) foi conseguida com larga vantagem sobre a concorrência: o internacional português, campeão da Europa de clubes e de seleções no ano que passou, teve 34,54% dos votos, mais do que Lionel Messi (26,42%) e Antoine Griezmann (7,53%), segundo e terceiro do pódio, somados.

O reconhecimento correu mundo, fez-se ao mais alto nível e com ilustres mensagens de parabéns, com destaque desde logo para Ronaldinho Gaúcho, melhor do ano para a FIFA em 2004 e 2005, que na sua conta oficial do Twitter salientou a «ótima performance» e destacou o merecimento do galardão.

Dos jogadores aos clubes, a conquista de Cristiano Ronaldo foi também destacada pelo Manchester United, que representou em Inglaterra entre 2003 e 2009, bem como pelo seu Real Madrid, que entre as diversas reações publicou à hora do anúncio do galardão um mini-vídeo com a famosa celebração de CR7.

Em Portugal, entre os que felicitaram Cristiano pela conquista do galardão destaque desde logo o Sporting, mas também FC Porto e Benfica, que se contam entre os vários clubes portugueses que salientaram a conquista do quarto prémio para melhor jogador do ano.

A Federação Portuguesa de Futebol também partilhou um vídeo em que destacou os melhores momentos de Cristiano pela Seleção Nacional no inesquecível ano de 2016, em que Portugal se sagrou Campeão da Europa pela primeira vez na sua história.

A notícia correu os cinco continentes. Órgãos de comunicação social dos quatro cantos do mundo, naturalmente, deram conta de mais um troféu individual para CR7.

Ainda assim, a notícia não mereceu particular destaque em alguns locais, em particular na Argentina e na Catalunha, onde a rivalidade entre Cristiano e Lionel Messi acabou por influenciar o critério editorial.