O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), José Fontelas Gomes, defendeu a instauração de castigos para «mudar as mentalidades» dos dirigentes que se refugiam nos erros dos juízes para justificar os falhanços desportivos das suas equipas.

«Infelizmente, parece que o único caminho será os castigos, se bem que nem mesmo os castigos têm sido dissuasores de que não se venham a repetir esse tipo de situações», sustentou o dirigente após a assinatura de um protocolo com uma sociedade de advogados para garantir apoio jurídico gratuito aos associados da APAF, que deverá incidir «sobretudo nas questões da segurança e da fiscalidade».

Fontelas Gomes insistiu na necessidade de «mudar as mentalidades» dos agentes desportivos e «assumir que o erro do árbitro é um erro natural», afastando de vez do léxico futebolístico palavras como «desonestidade, malícia ou premeditação».

«Se existe uma tecla delete no teclado dos computadores é porque até o escritor se engana. Tem de ser assumido, de uma vez por todas, que os árbitros não erram porque querem, erram porque têm de errar», acentuou, a menos de uma semana do clássico Benfica-FC Porto, no estádio da Luz, da 15.ª jornada da I Liga.