O presidente da Liga, Mário Figueiredo, manifestou a sua intenção em levar à Assembleia da República (AR) o tema dos direitos de transmissão televisivos, para tentar que a alteração legislativa que pretende possa avançar.

«A melhor forma de resolver o problema, no qual o detentor dos direitos tem percentagens nos principais clubes da Liga, é retirar o problema da Liga e colocá-lo no parlamento, sem que a questão seja partidarizada», afirmou, citado pela Lusa, à margem do 1º congresso da Associação Portuguesa de Direito Desportivo (APDD), que decorre esta segunda e terça, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

A Liga aguarda o resultado da contestação à operação para o controlo conjunto da Sport TV por parte da Zon e da PT apresentada à Autoridade da Concorrência. «Se não houver concorrência no mercado não vale a pena estar a centralizar os direitos na Liga», sublinhou Mário Figueiredo.

Para já, o dirigente explica que está a «tentar consensualizar com os clubes» o modelo de distribuição das receitas decorrentes de uma eventual centralização dos direitos no organismo.

«Achamos que um modelo híbrido, com uma parte distributiva e outra de solidariedade, avocada à II Liga, algures entre os modelos inglês e italiano, porque salvaguarda os interesses dos maiores clubes e, por outro lado, aumenta as receitas dos clubes pequenos será o modelo que melhor se adequa a Portugal», explicou.

O tema será debatido até ao final deste mês, para que, durante os meses de julho e agosto, a Liga prepare uma proposta de lei. O objetivo é que a recolha de assinaturas para a petição decorra no recomeço dos campeonato e posteriormente seja apresentada a proposta de cariz popular na AR, seguindo o exemplo do que ocorreu em Itália.

A LPFP apresentou oposição à aquisição de controlo conjunto das sociedades Sport TV, Sportinveste Multimédia e PPTV, por parte da Zon Multimédia e da Portugal Telecom à Controlinveste Media, que foi notificada à Autoridade da Concorrência, em 14 de março.