Lenços brancos e gritos de demissão (também houve uma faixa a dizer isso mesmo da parte da Mancha Negra) marcaram a parte final de mais um encontro dececionante em Coimbra. A pressão é cada vez maior sobre o técnico e dirigentes da Académica, numa altura em que a equipa caiu para a zona de despromoção. Será que vão aguentar?

Á partida, já se sabia que um embate entre o antepenúltimo classificado e a equipa imediatamente acima, separados por apenas um ponto, não seria um prenúncio de qualidade dentro de campo. Mas escusava de ser tão mau. A primeira parte, sobretudo, porque os golos tiveram o condão de despertar os jogadores na segunda metade do jogo. Ao menos isso.

Se o empate já era penalizador para a equipa da casa, pior ficou ainda quando os forasteiros, sem o justificar, abriram o marcador no início da segunda parte. A descrença instalou-se de vez nas hostes conimbricenses, num filme muito visto esta época. Mas houve Ivanildo e um grande golo para voltar a ligar a equipa à máquina.

A Briosa, que tinha uma oportunidade de dar uma sapatada na crise, continua, todavia, a arrastar-se, em exibições sofríveis, e despede-se de 2014 sem razões para sorrir: apenas três vitórias em casa durante o ano, todas conquistadas por… Sérgio Conceição, e até Março.

Os estudantes, assumindo a responsabilidade de jogar em casa, e de estarem por baixo do adversário na tabela, tiveram as principais oportunidades de jogo, chegaram a encostar o adversário às cordas, mas os durienses foram resistindo a tudo e todos.

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Até com alguma atrapalhação, os homens de Rui Quinta souberam resolver os problemas que os da casa lhes iam colocando, também eles com pouca objetividade no ataque, pese a supremacia generalizada.
Sem uma oportunidade de golo flagrante, a Académica fez uma primeira parte em crescendo, de um início tímido até se instalar praticamente no meio-campo forasteiro, principalmente quando Ivanildo trocou de flanco com Salli.

Até então, o camaronês tinha carrilado jogo no seu estilo bamboleante, mas sem grandes resultados práticos. O Penafiel, bem posicionado, acantonava-se na área, não tinha argumentos para contrariar o jogo flanqueado da Briosa, mas era superior nas alturas, coeso e disciplinado.

Confira a FICHA e as NOTAS dos jogadores

Quando os de Coimbra procuravam dar sequência àquilo que de bem tinham feito com o aproximar do intervalo, o Penafiel marcou num bom movimento de Quiñones, que tabela com André Fontes, e marca perante a falta de reação da defesa da casa.

Nessa altura, foi como se o céu tivesse desabado sobre o relvado. Os jogadores desmoralizaram, os adeptos pediram a cabeça de Paulo Sérgio, assobiaram a saída de Salli para a entrada de Schumacher, e o ambiente só favorecia o Penafiel.

Mas é por isso que o futebol é adorado. Quando tudo parecia perdido, Ivanildo tirou um chapéu de aba larga do pé esquerdo e resgatou a equipa do fundo do poço. Os pretos acreditaram, arriscaram, mas não passaram das intenções.

Aos poucos, o Penafiel recuperou a serenidade, tentou quebrar o ímpeto dos estudantes, e saiu de Coimbra com mais um ponto, somando o terceiro jogo consecutivo sempre a amealhar.