Herbert Prohaska e Anton Polster, monstros sagrados e omnipresentes do Áustria Viena. Em conversa com o Maisfutebol esta dupla de raro luxo abre as portas da cidade de Freud e Strauss ao FC Porto.

Nenhum deles, de resto, esquece o primeiro contato com os dragões. «Toda a gente tem falado da final de 1987. Viena não esquece o FC Porto», diz Prohaska, num italiano perfeito, ou não tivesse ele passado por Inter Milão e AS Roma na década de 80.

O entusiasmo pelo reencontro desaparece, porém, quando se fala das hipóteses atuais do Áustria Viena. «Temos de ter os pés no solo», dispara Toni Polster. Este num castelhano irrepreensível. O ex-avançado, 49 anos, jogou no Sevilha, no Logroñes e no Rayo Vallecano.

«Somos um país pequeno e o futebol atravessa uma crise de valores. Não é impossível ver o meu clube a ganhar, mas o FC Porto é claramente favorito. Tenho muito medo do Jackson», explica, no que é apoiado por Prohaska.

«Basta dizer isto: Viena vai receber o primeiro jogo da Liga dos Campeões. O nosso dever é fruir do jogo, dar uma imagem boa do futebol austríaco e tentar somar pontos», defende quem tem quase 300 jogos oficiais pelo Áustria Viena.

Toni Polster nos 100 anos do Áustria Viena:



«O FC Porto é fantasia e alegria no futebol. Também sou treinador de futebol [deixou o Admira em meados de agosto] e dá-me grande prazer ver uma equipa ter tanto prazer no contato com a bola», acrescenta Toni Polster.

Herbert Prohaska, 83 jogos e 10 golos pela Áustria, compara os dragões à própria Seleção Nacional. «Portugal tem conseguido grandes coisas. É um país de futebol e de futebolistas. O meu país tem muito a aprender convosco nesta área».

A Áustria não vai a Mundial desde 1998. Anton Polster esteve, de resto, nas duas últimas presenças. Nessa, em França, e em 1990, na Itália. «Infelizmente a minha geração não tinha jogadores do nível de Prohaska e [Hans] Krankl. Ganhámos um jogo em 90 (2-1 aos EUA) e empatámos dois em 98 (Camarões e Chile)».

E em 2014, a Áustria estará no Brasil? «É dificil», confessa Herbert Prohaska, selecionador do país de 1993 a 1999 e despedido após uma humilhante derrota às mãos da Espanha: 9-0.

«Só vejo uma hipótese: ir ganhar à Suécia e acabar em segundo lugar [Grupo C]. Depois, é esperar um milagre qualquer no play-off. Objetivamente, acho muito difícil ter a Áustria no próximo Mundial».

Herbert Prohaska, estrela do Áustria Viena: