Estamos cada vez mais perto do arranque do Europeu e como em todas as edições desta competição há sempre equipas vistas como sendo «outsiders», constituídas, em muitos casos, por jogadores também em busca de dar o salto para um dos campeonatos de topo do futebol europeu.

Com o alargamento para 24 equipas registado nesta edição, teremos nesta edição do Europeu cinco estreantes (Albânia, Eslováquia, Irlanda do Norte, Islândia e País de Gales), aos quais poderemos ainda acrescentar equipas que mesmo tendo mais experiência a este nível competitivo continuam a ter na constituição dos plantéis sobretudo jogadores dos campeonatos locais ou de ligas da família de classe média europeia.

O Maisfutebol mostra-lhe, dessa lista de jogadores, quais aqueles que mais se poderão destacar em França e, eventualmente, garantir uma transferência para uma grande liga após este Europeu. Escolhemos um «onze», excluindo da lista todos os jogadores que já joguem num campeonato do top-6 europeu (Espanha, Alemanha, Inglaterra, Itália, Portugal e França):

Volkan Babacan (Turquia/İstanbul Başakşehir): O provável titular da baliza turca durante o Europeu tem feito um trajeto ascendente nas seleções turcas desde os sub-16, tendo conquistado um lugar no «onze» de Fatih Terim na fase de qualificação para este Europeu. Depois de uma grande época na Superlig turca, encara esta convocatória com a máxima confiança, isto depois de até ter ouvido o mítico ex-guardião turco Rüştü Reçber descrever as suas exibições como «fascinantes». Seguro, forte entre os postes e no um-para-um e com bom jogo de pés, pode muito bem chamar a atenção dos observadores de equipas da linha média dos principais campeonatos europeus. Nota importante: tem «apenas» 27 anos. Sendo guarda-redes, podemos considerá-lo ainda jovem…

Conor McLaughlin (Irlanda do Norte/Fleetwood Town): Lateral-direito do 19º classificado da League One inglesa (terceiro escalão), jogou em nove das dez partidas da fase de qualificação, revelando-se como um dos fiéis da balança do selecionador Michael O´Neill. Rápido, com boa capacidade de passe e cruzamento e atinado a defender, pode muito bem despertar o interesse de clubes das duas principais divisões do futebol inglês. A tarefa norte-irlandesa em França não será nada fácil mas este é definitivamente um dos nomes a seguir nesta modesta mas organizada equipa…

Ádám Lang (Hungria/Videoton): Tomou de assalto o lugar no «onze» de Bernd Storck no «play-off» de acesso ao Europeu e nunca mais o largou. Central impetuoso, rápido, com boa colocação e interessante leitura de jogo, é um forte candidato à titularidade na equipa húngara, revelando-se como um dos jogadores mais interessantes da terceira adversária de Portugal na fase de grupos. Apesar de tudo, deve melhorar na saída de bola e ganhar confiança ao nível do passe. Uma boa prestação em França poderá colocá-lo no caminho da Bundesliga, um dos campeonatos no qual, pela proximidade geográfica, se costuma aproveitar melhor o potencial dos jogadores húngaros…

Sverrir Ingi Ingason (Islândia/Lokeren): Capitão e referência dos sub-21 islandeses até há bem pouco tempo, pode hoje em dia sonhar com a titularidade em França. Depois de uma época bastante regular na Bélgica, Ingason somou três titularidades consecutivas nos encontros de preparação para o Europeu, o que deixa a antever que este deverá ser o companheiro de Ragnar Sigurdsson no centro da defesa. Alto, possante, com bom jogo aéreo e forte no desarme, será adversário de Portugal logo a abrir a prova.

Ludwig Augustinsson (Suécia/Copenhaga): Um dos melhores laterais-esquerdos jovens da Europa, titular absoluto pela Suécia na conquista do Europeu de sub-21 do ano passado. Mesmo partindo, em teoria, atrás de Martin Olsson, pode ter algumas hipóteses de jogar, até pelo rendimento ofensivo que costuma ter. Só esta temporada, deu 11 assistência na liga dinamarquesa, o que prova o valor acrescentado deste jogador. Rápido, forte na condução de bola e capaz de acrescentar profundidade e largura ao corredor esquerdo, tem tudo para dar o salto para uma grande liga dentro em breve. Seria, diga-se de passagem, um excelente reforço para qualquer um dos três grandes portugueses…

Oscar Lewicki (Suécia/Malmö): Referência dos campeões europeus de sub-21 em 2015, este médio-centro que passou pelo Bayern ainda no período de formação é um sério candidato a ocupar um lugar no «onze» sueco nos próximos anos, tomando em definitivo o lugar que tem sido vinha sendo ocupado até aqui por Kim Källström. Totalista no «play-off» frente à Dinamarca, Lewicki exibe qualidades muito interessantes ao nível do passe, mostrando ser um jogador disciplinado em termos táticos e equilibrado a defender. Tem tido um papel fundamental no Malmö nas últimas épocas, tendo já experimentado a sensação de jogar na Champions League.

Ozan Tufan (Turquia/Fenerbahçe): Uma das revelações recentes de um futebol turco que apresenta uma das linhas médias mais atrativas e promissoras deste Campeonato da Europa. Evoluiu imenso esta temporada com Vítor Pereira, revelando uma enorme sagacidade tática, bom domínio de bola, agressividade, visão de jogo e técnica. Joga preferencialmente na primeira linha, mas também o vemos subir até à segunda linha do meio-campo com grande facilidade. Potencial para chegar em pouco tempo a um grande campeonato.

Borek Dockal (República Checa/Sparta Praga): Ala-direito/médio ofensivo de interessantes recursos técnicos, é, nesta altura, um dos elementos fundamentais da equipa orientada por Pavel Vrba. Aos 27 anos, irá disputar a primeira grande competição ao serviço da seleção e, apesar de já não ser novo, poderá garantir uma transferência para outro campeonato, caso consiga brilhar por terras francesas. Seria adequado para um clube de linha média do futebol francês ou alemão.

Oguzhan Özyakup (Turquia/Besiktas): Ozzy, como é conhecido, formou-se em parte no Arsenal e foi lá que refinou a técnica apurada que possui. Elemento essencial da conquista do título por parte do Besiktas em 2015/16, revela uma excelente visão de jogo e qualidade de passe, às quais alia uma capacidade de decisão notável nas imediações da baliza contrária, mostrando atributos com os dois pés. Provável titular de uma Turquia que promete muito para este Europeu.

Nicolae Stanciu (Roménia/Steaua): O jogador mais talentoso da nova geração romena, assume o papel de figura desta equipa mesmo tendo-se estreado apenas em março (e logo com um golo, num particular frente à Lituânia). Médio-ofensivo de 23 anos, pode jogar ao centro ou mais descaído numa das alas, embora sempre buscando um movimento mais interior. Destro, revela grandes qualidades técnicas, jogando sempre com o «radar» ligado e descobrindo a melhor linha de passe em diversas circunstâncias. Demonstra ainda sentido de baliza, como atestam os 14 golos esta temporada e os quatro que leva pela seleção em apenas cinco partidas. Seria um reforço adequado para qualquer um dos três grandes em Portugal ou para uma equipa de linha média de uma liga do top-4 do futebol europeu.

Florin Andone (Roménia/Córdoba): Mais um elemento da convocatória romena, ainda que este tenha completado a formação já em Espanha, país para o qual emigrou com os pais quando tinha apenas 12 anos (possui, aliás, dupla-nacionalidade). Avançado possante, lutador e com faro de golo, vem de uma época sensacional ao serviço do Córdoba, na segunda liga espanhola, tendo sido um dos responsáveis por levar o clube ao «play-off» de subida que atualmente se encontra a disputar (21 golos em 36 partidas, aos quais poderemos adicionar sete assistências). Assim como o compatriota Stanciu, seria um reforço muito interessante para qualquer um dos principais clubes portugueses, embora o futuro próximo se avizinhe por terras espanholas na mesma…