O campeonato teve futebolistas que não venceram o campeonato, mas que deixaram marcas notórias na Liga. O campeão teve, obviamente, as suas, com Pizzi a ser a maior de todas, mas é inquestionável que Bas Dost foi um dos protagonistas desta edição. O holandês é o exemplo mais claro devido aos 34 golos, mas há outros que mesmo sem esses extraordinários números foram recebendo elogios por exibições e pela temporada que fizeram.

Numa época em que os desempenhos coletivos não foram constantes, também algumas das principais figuras tiveram picos e descidas de forma. Ainda assim, justificaram muitas vezes as manchetes deste campeonato e, por isso, aqui ficam, ordenadas pelas ordem da classificação.

Soares (FC Porto)

Fosse no Vitória, fosse no FC Porto, Tiquinho Soares estava apontado a ser uma das figuras desta Liga 2016/17. Sete golos pelo emblema do Berço, o último dos quais em Braga, atiraram Soares para o Dragão. Foi já de azul e branco que o brasileiro se confirmou como protagonista. O FC Porto lutou pelo título muito graças aos golos de Soares e do momento que trouxe à equipa. Numa equipa que teve deficiências na finalização, Soares amenizou as perdas. Terminou com 19 golos, o segundo melhor registo do campeonato.

André Silva (FC Porto)

A segunda fase da época foi menor do que a primeira, mas André Silva ganhou muitos pontos logo de início. Tantos que o trajeto neste campeonato lhe valeram a titularidade na Seleção Nacional ao lado de, nada mais, nada menos do que Cristiano Ronaldo. Com 16 golos apontados, André Silva alimentou o ataque portista na primeira fase. Com a chegada de Tiquinho teve menos golo, mas também o colocaram mais longe da baliza. Ainda assim, uma das boas notícias da Liga e a confirmar a qualidade do produto nacional.

Marcano (FC Porto)

A chegada de Felipe colocou holofotes no central brasileiro que o FC porto foi buscar ao Corinthians, mas no seio da defesa azul e branca cresceu um outro, em tranquilidade. O facto de ser novidade pode ter trazido mais atenção a Felipe, mas Marcano foi o pilar mais seguro da defesa portista. À terceira época, tornou-se homem incontornável da equipa azul e branca. Mais sereno que o colega, mais eficaz na defesa e igualmente relevante na outra área. O FC porto terá ganho um capitão.

Iker Casillas (FC Porto)

Uma clara mais-valia do FC Porto, mesmo que esteja no ocaso da carreira. Iker Casillas é das maiores estrelas que passou pelo campeonato português em toda a História e foi determinante para a campanha portista. O espanhol foi protagonista nos clássicos com Sporting, no Dragão, e Benfica, na Luz. Esses foram os jogos em que sobressaiu de forma mais evidente, mas houve outros períodos em que as mãos de Casillas foram de ferro e os seus reflexos de um jovem.

Bas Dost (Sporting)

O goleador da Liga. O holandês chegou a Alvalade para substituir uma das figuras do Sporting dos últimos anos. Os sapatos de Islam Slimani podiam ser grandes para serem calçados por outro, mas Bas Dost não só os encheu como fez melhor do que o argelino. Foi claramente o protagonista maior em Alvalade, tanto que o leão arrancou para a última jornada apenas a discutir um possível título do ex-Wolfsburgo. Não chegou para os 37 golos de Messi, mas foi melhor do que Jonas fizera na época anterior (32), o que só por si diz muito da época do holandês. 

Gelson Martins (Sporting)

A saída de João Mário trouxe uma coisa boa ao Sporting: Gelson Martins. Principal revelação da época, o extremo-direito chegou à Seleção Nacional fruto de uma temporada em grande nível. Apesar da saída precoce do clube de Alvalade, a própria Europa ficou a olhar para ele. Se Bas Dost foi o matador, Gelson Martins foi o agitador. Cada vez que pegou na bola, houve um adversário em apuros. Fez 32 jogos com a camisola leonina, apontou seis golos e fez seis assistências, que confirmam-no como a melhor novidade do futebol nacional.

Marega (V. Guimarães)

No Marega, no party. Quase sempre foi assim para o Vitória, sobretudo na melhor fase do maliano. O embalo que os vimaranenses tiveram no início da Liga serviu de mote para o resto e esse período teve uma figura maior do que todas as outras: Moussa Marega. Emprestado pelo FC Porto, o maliano «desapareceu» durante o CAN, depois de um episódio disciplinar, também. No entanto, numa altura em que mais gente se destacava no Vitória, Marega voltou a surgir para que Guimarães voltasse a ser local de futebol europeu.

Rui Fonte (Sp. Braga)

A época do Sp. Braga teve três treinadores, mais baixos do que altos, mas confirmou Rui Fonte como ponta de lança a ter em conta no panorama nacional. desse logo, foi o segundo melhor marcador português da Liga, atrás apenas de André Silva. Com Wilson Eduardo e Pedro Santos a alternarem momentos bons, lesões e outros períodos menores, Rui Fonte foi mais constante e a temporada do avançado pede um melhor Sp. Braga, para se perceber na plenitude o que pode fazer o mais novo dos irmãos Fonte.

Raul Silva (Marítimo)

O lugar europeu do Marítimo começou a ser construído desde a substituição de PC Gusmão por Daniel  Ramos e teve em Raul Silva o melhor marcador. Defesa central, o brasileiro apontou sete golos no campeonato, o melhor registo em futebolistas daquele setor, em toda a Liga. Raul Silva não foi só golos, foi também porto seguro na defesa madeirense do Caldeirão dos Barreiros. O Marítimo não perdeu lá desde a quarta jornada e Raul Silva foi um dos principais responsáveis.

Krovinovic (Rio Ave)

O Rio Ave foi uma das boas equipas do campeonato e trouxe à Liga o melhor do croata Filip Krovinovic. Roderick, Rafa Soares, Gil Dias e até Ruben Ribeiro estiveram em grande plano em Vila do Conde, sobretudo o central, mas o médio foi aquele que terá mostrado a maior evolução. Luís Castro retirou o melhor de um jogador que demonstrou potencial e que deixou água na boca para 2017/18.

Welthon (P. Ferreira)

Na Mata Real esteve um dos avançados que quis sempre mais, fosse o jogo contra quem fosse. Welthon foi decisivo em várias partidas do Paços de Ferreira, mostrou claramente futebol para outros voos, mesmo que o último golo tenha sido apontado a meio de fevereiro. No entanto, é bom sublinhar que desde essa altura os pacenses apenas fizeram mais dois no campeonato. Um ponta de lança a merecer atenção e, quem sabe, bom dinheiro.