A operação que levou à detenção de dois árbitros e dois dirigentes da Associação de Futebol de Viseu teve origem numa informação de uma testemunha «devidamente identificada» menos de duas horas antes dos implicados serem detidos «em flagrante delito», contou o comandante da Polícia de Segurança Pública, Almeida Campos, esta sexta-feira no Comando Nacional da PSP em Lisboa.
A PSP recebeu a informação de «que se ia proceder a uma transacção entre agentes desportivos e dois árbitros de determinada importância» nas comarcas de Tondela e de Castro d¿Aire. A PSP montou, então, um dispositivo policial para proceder à detenção em flagrante delito dos respectivos intervenientes.
Na sequência da operação foram detidos, praticamente em simultâneo, um árbitro na zona de Tondela e dois dirigentes desportivos e um árbitro na zona de Castro d¿Aire, os quais, segundo Almeida Campos, foram conduzidos, esta manhã, aos tribunais judiciais das respectivas comarcas.
Um dos árbitros estava acompanhado pela mulher que não foi detida «por não estar directamente envolvida na situação. «Estava no carro, mas não se deslocou ao local», explicou Almeida Campos. A PSP não revelou a identidade dos detidos, nem as quantias envolvidas na transacção, uma vez que o processo já está entregue ao Ministério Público.
A operação decorreu em locais isolados, um deles na Parada de Gonta (Tondela) e outro à entrada de Castro d¿Aire. A informação chegou à PSP menos de duas horas antes das detenções terem sido efectuadas, pelos que não houve tempo para informar a Polícia Judiciária. «Agora o Ministério Público e a senhora procuradora é que vão decidir se vão comunicar estes factos à Polícia Judiciária. A PSP fez o que lhe competia que era proceder às detenções em flagrante delito e apresentar os detidos a tribunal para primeiro interrogatório judicial», contou Almeida Campos.