Em época de saldos e de consumismo desmesurado, o Sporting arrancou esta quinta-feira a melhor performance da época e selou, com uma goleada sobre o PSV, o apuramento para os 1/16 avos de final da Liga Europa.

Um, dois, três, quatro.

Talvez contagiada pela Black Friday, a equipa de Silas não conteve ímpetos consumistas e devorou uma equipa holandesa que pareceu mais uma meia-equipa: bons intérpretes no ataque mas demasiado descompensada para resistir àquele que foi, de longe (!), o melhor Sporting da temporada.

FILME, FICHA DE JOGO E VÍDEOS DOS GOLOS

Na noite do regresso de Wendel – voltou a jogar mais de um mês depois do castigo motivado por problemas disciplinares – Bruno Fernandes foi rei e senhor: dois golos e duas assistências, a provarem que vale cada milhar que o clube lhe paga a mais desde a passada terça-feira.

Um dia após a graça de Van Bommel na conferência de imprensa de antevisão ao duelo desta quinta-feira, o técnico holandês saiu de Alvalade com a garantia de que talvez o médio do Sporting valha mais do que os milhões que disse que o PSV não tinha no verão para o comprar.

Não houve TPC que valesse aos holandeses. Ingénuos ou manifestamente incapazes, deram a Bruno aquilo de que ele gosta mas de que até nem precisa assim tanto: de muito tempo e espaço para ser decisivo.

Aos 9 minutos assistiu com um toque subtil Luiz Phellype para o primeiro do jogo e aos 16m fez o 2-0 num disparo de fora da área.

A equipa holandesa entrou estremunhada no jogo e chegou ao avião para os Países Baixos de olhos esbugalhados, ainda a tentar refazer-se do choque vivido na noite em que se despediu matematicamente das competições europeias em 2019/20.

Um quarto de hora na primeira parte e uns minutos a abrir a segunda foram os períodos em que os visitantes conseguiram mostrar uma versão digna. Primeiro, quando o Sporting já vencia por 2-0; depois, quando o resultado já era de 3-0, este com a assinatura de Mathieu nos minutos finais da primeira parte.

À procura de um milagre, Van Bommel promoveu duas alterações ao intervalo: sacrificou Bruma e Pablo Rosário e lançou em campo Cody e Gastón Pereiro. Se os holandeses ficaram partidos? Já o estavam, mas ficaram mais.

A reação existiu, mas foi demasiado tímida e curta no tempo. 

Aos 64 minutos, e já depois de Vietto ter estado perto do 4-0, Acuña arrancou desde a defesa e só foi travado na área holandesa. Em falta. Bruno Fernandes bateu o penálti com classe.

Faça-se justiça! Se só tivesse havido Bruno, dificilmente o Sporting teria arrancado esta noite a exibição mais autoritária da temporada.

Houve raça de Acuña, solidez de Mathieu, sobriedade de Wendel e sangue-frio de Maximiano, em estreia na Liga Europa.

Houve, também, segurança defensiva e um enorme upgrade com a bola nos pés: circulação rápida e vertigem q.b., sem comprometer os equilíbrios tão reclamados por Silas desde que assumiu o comando técnico da equipa.

Black Friday? Os adeptos do Sporting agradecem as boas oportunidades, mas não precisam de nada depois disto.