O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, voltou a salientar a sua defesa pelos direitos humanos e prometeu que voltará a falar sobre o assunto no Qatar se o parlamento autorizar a sua deslocação ao país, onde decorre o Campeonato do Mundo.

«Estou convidado por fundações privadas, uma das quais a Aga Khan, para falar num tema sobre o futuro, a educação e o futuro das sociedades. É muito difícil falar do futuro das sociedades sem falar da democracia, dos direitos humanos e da liberdade», afirmou Marcelo, à margem do 33º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, que decorreu em Fátima, no concelho de Ourém.

Sobre as suas declarações sobre os direitos humanos naquele país do Médio Oriente, após o jogo de preparação entre Portugal e a Nigéria, o chefe de Estado afirma que foram da sua iniciativa, considerando ser o momento certo para o fazer.

«Pareceu-me que naquele contexto tinha de falar dos direitos humanos. Se se tratava de um jogo preparatório para o Qatar era muito estranho que naquela ocasião, a primeira depois de ter pedido ao parlamento para se pronunciar [sobre o pedido de autorização para viajar para o Qatar]», não falasse nos direitos humanos, explicou.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, a sua ideia era «em território português dizer» o que pensa da «situação dos direitos humanos no Qatar e depois, em território do país» onde se desloca, falar «da situação dos direitos humanos». 

O Presidente da República acrescentou que só marcará presença no encontro inaugural de Portugal se o parlamento autorizar a sua viagem.

«Não vivemos em sistema presidencialista, portanto, o Presidente só pode sair em visita oficial com autorização da Assembleia. Pedi por escrito, como se pede sempre, para que manifestasse a sua autorização à minha deslocação ao Qatar», referiu.

Os partidos Bloco de Esquerda e PAN, que têm assento parlamentar, já vieram a público pedir que Marcelo não se desloque ao país que organiza este Campeonato do Mundo. O diretor executivo da Amnistia Internacional Portugal, Pedro Neto, mostrou-se estupefacto com as declarações do Presidente da República e solicitou a Marcelo Rebelo Sousa não que visite aquele país.