O Estado investiu 517 milhões de euros no desporto nos 13 anos que vão de 1996 a 2009 e Portugal ganhou nesse período 530 medalhas em grandes competições, sete das quais olímpicas. Numa simplificação, cada medalha «custou» 975 mil euros.

Os dados constam do estudo «Estatísticas do Desporto 1996_2009», editado em livro pelo Instituto do Desporto de Portugal (IDP), que avaliou os dados relativos a três ciclos olímpicos: Sidney, Atenas e Pequim. O documento, analisado pela agência Lusa, dá conta do investimento público em 14 anos, que foi de 546 milhões de euros, mas em termos de medalhas só avalia 13 anos.

Do valor gasto, 58 por cento foi para o programa de Desenvolvimento da Prática Desportiva, tendo 28,4 por cento sido aplicado no Alto Rendimento e nas selecções nacionais.

Estas são contas às medalhas em modalidades olímpicas e incluem os Jogos Paralímpicos. Portugal conseguiu neste período sete medalhas olímpicas, 328 em Campeonatos da Europa, 160 em Campeonatos do Mundo e 35 nos paralímpicos. O atletismo é a modalidade individual com mais medalhas e tem quatro das sete condecorações olímpicas que Portugal levou neste período.

A nível internacional, Portugal mantém-se numa posição modesta. É apenas 26º no «ranking» dos países europeus com mais medalhas olímpicas.

Vicente de Moura, presidente do Comité Olímpico de Portugal, retira conclusões positivas e negativas do estudo. «Nas duas últimas décadas, o desporto português melhorou em termos qualitativos e termos médios. Podemos verificar que nos últimos 20 anos ganharam-se quase mais medalhas olímpicas que nos últimos 80 anos, observa, em declarações à Lusa.

Mas defende que «falta em Portugal um plano integrado de desenvolvimento desportivo», que «permitiria juntar os vários projectos desportivos»: «Este estudo demonstra que Portugal continua a fazer navegação à vista. Se for preciso algo, as verbas são canalizadas para isso, mas não há uma visão global do desporto em Portugal.»