Campeão do mundo de fundo no ciclismo de estrada é um título que por si só merece o maior destaque sobre o desempenho em 2013 e que será lembrado durante o ano que está para começar, pois a camisola arco-íris de campeão mundial será a envergada por Rui Costa em 2014. Mas o ciclista português conseguiu esse título mundial em setembro e muito mais num ano ímpar para si e para o ciclismo nacional.

Rui Costa teve um grande desempenho na prova rainha do ciclismo por etapas não sendo chefe de fila da Movistar (uma das razões para mudar para a Lampre em 2014 – onde será o nº1) enriquecendo o seu 27º lugar na Volta a França com o triunfo em duas tiradas no Tour (no intervalo de quatro dias). Também nas provas por etapas, Rui Costa repetiu a vitória do ano anterior na Volta à Suíça – igualmente com dois triunfos em etapas.

O ciclista da Póvoa de Varzim inclui ainda no palmarés de vitórias em 2013 o título de campeão nacional de contra-relógio individual tendo ganho também a clássica basca Primavera-Amorebieta. Rui Costa terminou a época no nono lugar do ranking da União Ciclista Internacional.



A dupla Emanuel Silva/João Ribeiro conseguiu em setembro de 2013 o primeiro título mundial para Portugal na canoagem. Os canoístas portugueses ganharam a prova de K2 500 superando com uma medalha de ouro algumas polémicas que marcaram uma modalidade em crescimento nos resultados a nível internacional; cujo último ponto mais alto tinha sido a prata em Londres 2012 em K2 1000.

Uma das polémicas deste ano deu-se precisamente com a dupla vice-campeã olímpica – Emanuel Silva/Fernando Pimenta – a ser desfeita para os mundiais de 2013. Fernando Pimenta quis estar no Campeonato do Mundo em K1, a equipa técnica nacional não aceitou essa opção. O canoísta de Ponte de Lima acabou por não estar presente. Também Teresa Portela esteve no meio destas polémicas entre atletas e as opções da equipa técnica e desistiu pela mesma altura de junho da participação nos mundiais.



O quarto campeão do mundo português em 2013 foi Paulo Gonçalves. Aos comando de uma Honda, o piloto de Esposende venceu o mundial de motas todo o terreno na última prova do campeonato. Gonçalves ganhou os dois últimos ralis de um campeonato muito renhido em que conseguiu mais três segundos lugares e uma terceira posição nas restantes provas do calendário.

As motas proporcionaram mais outro grande resultado nacional no Rali Dakar. Ruben Faria conseguiu o 2º lugar no arranque do ano, naquele que foi o melhor resultado de sempre de um piloto português na prova rainha dos Rali Raids.

João Sousa começou 2013 no 100º lugar do ranking. E acabou o ano entre os 50 primeiros do mundo: 49º. Nestes 12 meses, o tenista de Guimarães ganhou dois torneios challenger (em Furth e na sua terra natal), mas deixou, sobretudo, a sua marca no World Tour do ATP – como nunca se tinha visto em Portugal.

Sousa ganhou o torneio de Kuala Lumpur, naquela que foi a primeira vitória de sempre de um tenista português num torneio ATP. Para o conseguir, obteve também o melhor resultado de sempre de um tenista português (num encontro) ganhando ao nº4 do mundo da altura, o espanhol David Ferrer. No seguimento da vitória na Malásia, o vimaranense chegou ao melhor ranking de sempre de um tenista português tendo estado no 47º lugar da tabela ATP. João Sousa conseguiu ainda ser o primeiro luso a defrontar um nº1 do mundo quando se cruzou com Novak Djokovic na 3ª ronda do Open dos EUA.



O ténis português teve também em destaque Michelle Brito quando a jogadora de 20 anos eliminou Maria Sharapova na 2ª ronda de Wimbledon – mais um feito inédito para a modalidade: nunca antes uma tenista tinha ganho a uma nº3 do mundo. Com essa vitória, Michelle Brito passou à terceira ronda do grand slam inglês – algo que só ela tinha conseguido também num major.

Frederico Silva é o terceiro nome do ténis português em relevo porque venceu (outra vez) um grand slam. O tenista das Caldas da Rainha fez dupla com Kyle Edmund para vencer o torneio de juniores de Roland Garros (como já tinha feito no ano passado no US Open). Ainda neste ano de 2013, Frederico Silva também chegou à final do grand slam norte-americano, mas acabou por ser finalista vencido (com Quentin Halys como parceiro).

No surf, foi Frederico Morais a brilhar em dois momentos de forma distinta. Em Peniche, o surfista português conhecido como Kikas aproveitou da melhor forma o wild card recebido para competir na classe rainha (o WCT) com os melhores da modalidade e acabou por ganhar ao melhor de todos: Kelly Slater. O surfista português eliminou na segunda ronda da etapa portuguesa do circuito mundial o norte-americano 11 vezes campeão do mundo.

No seu circuito, o surfista de Cascais esteve também em grande plano na segunda etapa do Vans Triple Crown e foi considerado o estreante do ano – uma distinção atribuída logo neste evento chamado Vans World Cup of Surfing (e que só um outro surfista europeu tinha também consegudo: o também português Tiago Pires, em 2000).



Foi também nos Estados Unidos que Carlos Sá ganhou um lugar entre os melhores portugueses de 2013 depois de ter vencido aquela que é considerada a prova mais dura do mundo. O atleta português foi o primeiro classificado da ultramaratona Badwater.

Carlos Sá começou a disputar ultramaratonas para testar os seus limites. Na Califórinia correu os 217 quilómetros da corrida, sob temperaturas de 50ºC, em 24 horas, 38 minutos cortando a meta um quarto de hora antes do seu mais próximo perseguidor.

A equipa de hóquei em patins do Benfica sagrou-se pela primeira vez campeã europeia. Portugal tinha garantido o regresso a Portugal do troféu 22 anos depois, já que o outro finalista foi o FC Porto. A final foi aguardada com preâmbulos polémicos e o Benfica a ameaçar não comparecer ao jogo por alegar falta de segurança.

O jogo realizou-se. A final inédita entre equipas portuguesas aconteceu na data prevista. E o que ficou para contar foi um jogo emocionante de hóquei decidido no prolongamento com vantagem para o Benfica de 6-5. Além da festa dos vencedores em plena casa adversária sublinhou-se o cair do pano feito com o desportivismos entre as duas equipas.

Luis Sénica ganhou o primeiro título europeu de hóquei para o Benfica e depois foi para a seleção ficando a equipa da Luz orientada por Pedro Nunes. Os encarnados deram ainda nesta ano seguimento aos triunfos nas competições internacionais com as conquistas da Taça Continental e Taça Intercontinental.

As séries de títulos incontestáveis

No plano internacional, Sebastian Vettel voltou a fazer da Fórmula 1 o desporto de um homem só e depois é que vêm os outros. O campeonato até começou equilibrado, mas, a partir da sua metade, o piloto da Red Bull não deu a bandeira de xadrez a mais ninguém. E tornou-se o mais novo tertracampeão de sempre.

Nas primeiras 10 de 19 corridas da temporada, Vettel ganhou quatro e a sensação foi de algum equilíbrio; que acabou a partir da 11ª. O alemão ganhou as nove últimas provas (conquistando o título na Índia a três corridas do fim) e igualou o recorde de Alberto Ascari (conseguindo-o, porém, na mesma época). Com os 13 triunfos , Vettel igualou a marca de Michael Schumacher numa época, mas estabeleceu o recorde absoluto de pontos numa temporada em 397.



Os desportos motorizados merecem relevo em 2013 também nos ralis. Este foi o ano que se seguiu ao anúncio do nove vezes seguidas campeão mundial Sébastien Löeb de que não ia disputar o campeonato. Sébastien Ogier soube suceder ao compatriota no que ao domínio diz respeito. O piloto francês da Volkswagen ganhou nove dos 13 ralis do campeonato e garantiu o título mundial quando faltavam duas provas do calendário – que também venceu deixando o vice-campeão a mais de 100 pontos de distância dos seus 290 finais.

Nas motas, foi Marc Marquez a tornar-se, aos 20 anos, o mais novo campeão do mundo de sempre no MotoGP. E fê-lo no ano de estreia na classe rainha do motociclismo, algo que não acontecia há 35 anos. O piloto da Honda ganhou o título ainda com uma curiosidade relativa aos campeões do automobilismo: venceu menos corridas (seis) do que o vice-campeão que lhe sucedeu (Jorge Lorenzo, com oito).

Este foi também ano de Campeonatos do Mundo no atletisno e houve três campeões que sobressaíram não por surpreenderem, mas, por terem correspondido ao que deles se esperava: o melhor que se pode ver. Usain Bolt não desiludiu de todo e nos Mundiais de Moscovo, o jamaicano voltou a casar com os títulos olímpicos renovados em 2012 os títulos de campeão do mundo nos 100 e 200 metros planos e na estafeta 4x100 metros. Bolt é o melhor atleta em campeonatos do mundo com oito medalhas de ouro e duas de prata (Carl Lewis tinha oito de ouro, uma de prata e uma de bronze).

O britânico Mo Farah tornou-se também ele bicampeão mundial simultaneamente com os títulos olímpicos nos 5.000 e 10.000 metros. O meio-fundista nascido na Somália juntou ainda ao palmarés deste ano de 2013 o recorde europeu dos 1.500 metros que estabeleceu em 3.28,81 minutos. Yelena Isinbayeva era a que tinha mais a provar, pois a bicampeã olímpica do salto com vara tinha ficado pelo bronze em Londres 2012. Antes dos Mundiais de Moscovo anunciou que ia retirar-se depois de tentar despedir-se com a medalha de ouro no seu país. Isinbayeva não desiludiu ao voltar a ganhar o título de campeã do mundo (o seu terceiro). Mas surpreendeu quando revelou que, afinal, não abandonava. A russa vai apenas fazer uma paragem de um ano e meio porque quer ser mãe. E falou em voltar nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016.



Missy Franklin foi a grande dominadora nos Mundiais de natação. Também depois da retirada do grande campeão Michael Phepls após Londres 2012 ( reforma que também já foi questionada pelo próprio...), a tetracampeã olímpica (e um bronze) nos últimos Jogos subiu a parada em Barcelona. A nadadora norte-americana ganhou seis medalhas de ouro: 100 e 200 metros costas, 200 metros livres, 4x100 e 4x200 metros livres e 4x100 metros estilos.

No ténis internacional, são duas as figuras a ter em conta. Serena Williams fez uma das suas melhores épocas de sempre ganhando 11 títulos em 13 finais jogadas: o melhor registo desde 1997 (quando Martina Hingis ganhou 12). A norte-americana conseguiu ganhar o seu segundo Roland Garros e o seu quinto US Open (tem mais cinco na Austrália e outros cinco em Wimbledon) e ganhou o WTA Tour Championships do final do ano.

Williams conseguiu um registo impressionante de 78 vitórias e apenas quatro derrotas (mais uma desistência) e estabeleceu um recorde de prémio monetário num ano. A nº1 do mundo ganhou em 2013 12,3 milhões de dólares (mais de nove milhões de euros) não só passando o marco dos 10 milhões de dólares, mas pulverizando o melhor prize money anual (de Victoria Azarenka, em 2012) que foi da ordem dos 7,9 milhões de dólares (cerca de 5,7 milhões de euros).

Rafael Nadal foi a figura maior no ténis masculino. O espanhol terminou o ano como nº1 mundial depois de ganhar 10 torneios em 14 finais. Grand Slams ganhos foram dois: o recorde absoluto com o oitavo título em Roland Garros e o seu segundo US Open. O torneio norte-americano deu-lhe de prémio monetário 3,6 milhões de dólares (mais de 2,6 milhões de euros) – o máximo que um tenista alguma vez ganhou num dia.

Com o registo na época de 75 vitórias e sete derrotas (tendo-se pensado que a temporada estava arruinada depois da lesão em wWmbledon), Nadal ganhou mais de 14,5 milhões de dólares (mais de 10,5 milhões de euros). Também aqui ficou à frente do nº2 do mundo, Novak Djokovic. O sérvio venceu 74 encontros e perdeu nove. O prize money de Nole foi de 12,4 milhões de dólares (cerca de nove milhões de euros). E no frente a frente entre os dois deste ano, Nadal ganhou três vezes e o sévio ganhou duas. As meias-finais de Montreal foram consideradas o jogo do ano.



LeBron James traz a NBA para fechar os destaque do ano de 2013. O extremo dos Miami Heat considerado atualmente o melhor do mundo foi já neste mês nomeado o jogador da semana pela 45ª vez, um recorde na NBA. Na última época, voltou a ser a peça chave para a vitória da equipa da Flórida no campeonato – também ele com números que parecia impossível melhorar depois de 2012.

No final de 2012/2013, James registou 56,5% de concretização nos lançamentos de dois pontos e 0,6% nos de três pontos passando as 550 assistências. Tony Parker era outro dos candidatos a merecer destaque, mas o base dos San Antonio Spurs teve o maior relevo no Eurobasket ao carregar a França para a estreia nos títulos europeus.

Em casa, Parker ficou abaixo de todas as estatísticas do rival dos Heat – que já lidera nesta época também quanto à eficiência. E no frente a frente final da última temporada tinha voltado a ganhar James. O campeonato 2012/2013 foi para os Heat que venceram os Spurs. LeBron James foi o MVP da época e o MVP da final.