Carlos Queiroz considera que o Estado está a interferir no seu futuro. A Federação Portuguesa de Futebol vai reunir-se nesta sexta-feira para analisar as bases do inquérito um inquérito do Instituto do Desporto de Portugal, por alegados insultos do seleccionador a responsáveis da Autoridade Antidopagem de Portugal.

«Surpreende-me esta situação. Sendo um processo de inquérito, seria do mais elementar sentido de justiça ouvir todas as partes, ou pelo menos o visado, que neste caso sou eu. Estou a ser linchado, é esse o termo. Isto é um processo de linchamento público», desabafou o técnico, em declarações à RTP.

O seleccionador, que está em Moçambique de férias, faz a sua defesa: «Não sou merecedor desta situação. Todos nós cometemos erros, mas quem trabalha comigo sabe que não sou atrasado mental, demente, alcoólico ou deficiente. Se algo aconteceu, acho que é importante saberem porque é que aconteceu.»

«Já falei com o presidente da Federação, durante uma hora. Relatei todos os factos. Estou confiante e tranquilo», garantiu Carlos Queiroz, acrescentando: «É um pouco chocante esta situação. Se eu me vir prejudicado, terei talvez de recorrer à FIFA, porque há aqui uma nítida intervenção do Estado. Naquele dia, limitei-me a tentar que a preparação dos jogadores não fosse afectada.»