A Espanha está um passo à frente de Portugal no estatuto e na reputação, mas para Carlos Queiroz só o que acontece dentro de campo é que conta. Frente à campeã europeia e segunda selecção do ranking mundial, o seleccionador quer ver o melhor Portugal de sempre.

«A reputação e a estatística não ganham jogos. Quando pensarmos no jogo de amanhã [terça-feira], a inspiração e a capacidade dos jogadores é que vai ditar quem vai ganhar. Não é por não sofrermos golos ou por termos marcado mais que isso nos vai ajudar a ganhar à Espanha. A ambição tem de ser maior e temos de tentar ser o melhor Portugal de sempre. O que fizemos até ontem não é suficiente para ganhar à Espanha», defendeu Carlos Queiroz, nesta segunda-feira, na antevisão da eliminatória.

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«A ambição que temos é enorme. O sentimento de missão cumprida não existe na nossa equipa, porque pode levar ao relaxamento e falta de concentração. Não estamos satisfeitos com nada do que foi feito até aqui. O campeão da Europa é sempre um candidato a ganhar o Mundial, mas isso não conta quando o jogo começar, nem a reputação nem o estatuto», reiterou o seleccionador.

E qual o segredo para vencer a Espanha? «Vai ser um jogo a pensar em ganhar, do primeiro ao último minuto. Não sabemos se terá 90, 120 ou penalties, mas só uma coisa conta, ir para a frente. Neste tipo de jogos, temos de correr riscos e os nossos limites, em todos os aspectos, vão ter de estar sempre à frente do adversário, a nossa travagem tem de ser mais à frente, as nossas ultrapassagens decisivas. Para podermos ir para a frente temos de jogar à frente do adversário», defendeu.

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Sem poder contar com Ruben Amorim e provavelmente Duda e Danny, ainda que Queiroz mantenha a esperança quanto a estes dois últimos, há sete jogadores amarelados no plantel, mas nenhuma limitação na abordagem ao encontro.

«Os jogadores vão ter de jogar abertamente, não há nenhuma preocupação relativa ao número de cartões amarelos, temos 90 minutos para jogar, temos de jogar tudo o que está nos nossos argumentos e depois, no próximo jogo, pensaremos nas limitações. Neste momento, não há nenhuma limitação, nem nas decisões nem nas atitudes», argumentou o técnico nacional.

O favoritismo é atribuído à Espanha, mas Carlos Queiroz acredita na divisão de possibilidades: «Absolutamente. Espanha tem uma boa equipa, com bom balanço de resultados no passado recente, mas são 11 como os nossos e espero que seja um grande jogo das três equipas. E se as três equipas fizerem uma boa exibição, tenho a certeza que temos tantas hipóteses quanto a Espanha. Também temos bons jogadores e Danny, Deco, Hugo Almeida, Liedson também são uma boa dor de cabeça para os adversários.»