Keita Baldé, jogador do Mónaco, ajudou recentemente um grupo de 150 trabalhadores temporários africanos que dormiam na rua de Lérida, em Espanha. Deu-lhes comida, roupa e alugou um prédio já que as unidades hoteleiras que contactou se recusaram a recebê-los.

«As vidas dos negros importam se te chamares Keita Baldé, mas se és um trabalhador temporário de Lérida, a tua vida não importa», afirmou, em entrevista ao jornal El Mundo.

«Dormiam na rua, entre caixas de papelão. Trabalham 13 horas por dia, por 25 euros. Têm de comprar comida, procurar onde dormir... Não roubam ninguém. E em Espanha, precisamos de gente trabalhadora para que apanhe a fruta nos campos. Precisamos. Mas se não tratas bem quem trabalha para ti...», contou Keita Baldé.

O jogador diz que a sua intenção era ajudar de forma anónima, mas depois de toda a polémica em torno do alojamento, sentiu que tinha de falar em público. «Alguns hotéis estavam fechados devido ao coronavírus, mas outros recusaram alojá-los. Queria que minha ajuda fosse anónima, mas, dadas as dificuldades que tivemos, tive de dar a cara», disse ainda.

«No final, abriram-se um pouco as portas. Estou a ajudar 150 pessoas. Dei-lhe alojamento, roupa e comida para três meses», contou Keita Baldé, que contou com ajuda da autarquia para resolver o problema.