O defesa português Nélson Semedo garantiu, esta segunda-feira, que «hoje teria agido de maneira diferente» aos insultos que recebeu em Guimarães, num jogo entre o V. Guimarães e o Benfica, a contar para a fase de grupos da Taça da Liga, na época 2016/2017.

Em declarações ao Público, via e-mail, Semedo admitiu que, na altura, mais precisamente a 10 de janeiro de 2017, «não era tão maduro» como agora e, que se fosse hoje, «teria feito exatamente o mesmo que fez o Marega [no domingo]. «Teria saído de campo», afirmou.

Então com 24 anos, na última época que fez pelo Benfica antes de rumar a Barcelona, Semedo reagiu a insultos oriundos de adeptos nas bancadas do D. Afonso Henriques, fazendo um gesto para a nascente, indicando que os adeptos falavam em demasia. O momento aconteceu após o segundo golo da vitória por 2-0 do Benfica, apontado ao minuto 40, por Gonçalo Guedes. No resto do jogo, quando tocou na bola, Semedo foi assobiado.

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Para o internacional português, «a primeira pessoa a reagir neste tipo de situação tem de ser o árbitro». «Na minha opinião, o que o árbitro tem de fazer é terminar o jogo e não esperar que um jogador sofra tanto ao ponto de ter de abandonar a partida», rematou, dizendo ainda que o racismo «é um problema global» alastrado ao futebol.

«Os atos de racismo têm sido cada vez mais comuns por falta de punição ou por punição leve por parte da UEFA ou dos responsáveis de cada federação. Os atos de racismo, independentemente de onde ocorram, têm de ser punidos como crime. Foi lamentável o que se passou em Guimarães. O Marega foi muito corajoso por ter saído do jogo», salientou.