Nascido na problemática zona do Soweto, em Joanesburgo, Lucas Radebe subiu a pulso na vida, até se tornar um herói sul-africano. O futebol serviu de fuga à violência, no período do Apartheid. Começou como guarda-redes, mas quando chegou aos Kaiser Chiefs, em 1989, já não calçava luvas.

Mas nem mesmo o futebol o conseguiu afastar por completo da violência. Em 1991 foi atingido a tiro enquanto fazia compras na zona em que nasceu. Nunca se soube o que motivou o ataque, mas ninguém tira da cabeça de Radebe que o objectivo era impedir que saísse dos Kaiser Chiefs. Três anos depois mudou-se para Inglaterra.

Reza a história que o principal alvo do Leeds era o avançado Phil Masinga. A contratação de Radebe ia facilitar a adaptação do compatriota, embora também lhe fosse atribuído valor, claro. Masinga esteve duas épocas em Elland Road. Radebe andou por lá onze!

Tornou-se um ídolo em Leeds. Ao ponto de «apadrinhar» uma banda que, a partir desta cidade inglesa, ganhou fama mundial: os Kaiser Chiefs. «É uma grande honra. Mostra o apreço das pessoas por mim, sobretudo em Leeds. É uma demonstração do respeito que eu conquistei, fruto do meu trabalho», disse Radebe ao Maisfutebol, sem esconder algum embaraço, e garantindo que tem acompanhado o sucesso da banda: «Ficaram famosos muito rapidamente. Fico contente por eles, e também por mim, pois mostra que o meu contributo vai para além do futebol.»