Hélder Rodrigues está «em coma induzido» e internado nos cuidados intensivos na Clínica Portada de Antofagasta, situada 1.361 quilómetros a Norte de Santiago do Chile, depois de ter sofrido um grave acidente no Rali Patagónia-Atacama.
O último boletim clínico, divulgado na madrugada desta quarta-feira, pelas duas horas, informa que o piloto «continua em estado grave, mas estável e com respiração assistida», disse o médico Victor Litardo, responsável pela operação a que o português foi sujeito.
Informações recolhidas pelo Maisfutebol no Chile, informam que Hélder Rodrigues irá «manter-se internado» e que está «em coma induzido», e explicam o estado em que o piloto entrou na clínica. «Estava num estado muito complicado. O acidente foi às 11 horas da manhã e só deu entrada às 15 horas. Decidimos operá-lo de imediato porque não aguentava mais tempo. Tinha uma anemia muito grande pois perdeu muito sangue. Tinha dois litros e meio de sangre na região abdominal. Quisemos tratar disso primeiro. Não conseguia respirar sozinho e tivemos de ligá-lo ao ventilador», informou o médico Victor Litardo.
Hélder Rodrigues tem várias costelas partidas e quando entrou na clínica apresentava uma ferida na zona do tórax e uma hemorragia pulmonar, estando ainda com o baço afectado. Gonçalo Sarmento, o médico português que assistiu à operação, explicou ainda que o piloto «está estável na gravidade da sua situação e por momentos a sua vida esteve em risco pois foi uma queda gravíssima».
4 horas de sofrimento do português
O piloto português sofreu um acidente à passagem pelo quilómetro 155 da especial, quando circulava a mais de 160 quilómetros por hora e estava em terceiro lugar na classificação geral. Hélder Rodrigues caiu violentamente da moto e Jordi Viladoms foi o primeiro a socorre-lo. «O helicóptero de resgate não pode demorar 40 minutos em casos extremos», reclamou o piloto espanhol.
O jornal chileno «El Mercúrio» conta ainda que as horas vividas pelo português depois do grave acidente foram bastante complicadas. Depois de entrar no helicóptero Hélder Rodrigues seguiu para a localidade de Diego de Almagro mas o centro hospital não tinha condições para o socorrer e seguiu depois para o hospital público de Antofagasta que também não tinham cirurgiões com capacidade para a gravidade das lesões. O português foi então levado para a Clínica Portada que no entanto não o aceitou de imediato devido a uma divida pendente desde a edição de 2005 do Rali Patagónia-Atacama. Só depois de desbloqueada a situação é que Hélder Rodrigues foi assistido, numa altura em que estava inconsciente e em risco de vida.
Depois de operado o português está agora «em coma induzido» por forma a controlar «melhor o seu estado».