O Bernabéu ficou louco! Louco com Blatter, louco por Bale, louco com um jogo em que Ronaldo apontou um hat-trick e saudou o suíço com uma continência militar. O comandante do Madrid é ele, sem dúvida. A noite acabou com o internacional português a saltar para o quinto lugar dos melhores marcadores da histórica do Real Madrid na liga espanhola.

Depois de todas as críticas pela estratégia no Clássico, Carlo Ancelotti saiu ao ataque. Saiu com Bale, Isco, Ronaldo e Benzema. Muitos milhões e com o galês a tornar-se uma das grandes figuras da noite. Já Emery saiu com três portugueses: Beto, Carriço e Diogo Figueiras.

Isco assustou de um lado, Jairo respondeu no outro e aos 14 minutos Bale marcou o primeiro a passe de Benzema. Marcou o segundo outra vez com o francês na assistência e era a figura da noite até então. Aliás, não fosse tudo o que se passou durante a semana com Ronaldo e Gareth Bale mereceria maior destaque: chegou ao final do jogo com dois golos, duas assistências. 

Já o primeiro do português foi da marca de penálti, aos 31 minutos. Beto ainda adivinhou o lado, mas Ronaldo saiu a sorrir e a fazer continência. Alguém na Suíça deve ter reparado. 



O Sevilha não desistiu de chegar à baliza de Diego López. Já o tinha feito quando havia 0-0 e a equipa continuou a jogar como se não estivesse a perder, como se os três pontos não estivessem já para lá de todas as probabilidades. Diogo Figueiras foi lateral-direito, subiu à área e foi derrubado por Sergio Ramos. Rakitic reduziu para 3-1 e, surpresa das surpresas, Bacca fez o 3-2 mesmo em cima do intervalo.

Havia jogo, havia dúvidas quanto ao vencedor. O Real Madrid mostrava duas faces: bom a atacar, mau a defender.

O público do Santiago Bernabéu apertou o cinto para o segundo tempo. O que vinha aí era uma montanha russa de emoções.

Diego Lopez salvou o 3-3, a bola foi para o ataque e Bale assistiu Benzema para o 4-2. O francês teve calma olímpica na hora da definição. Daí até surgir Ronaldo de novo passaram seis minutos.

Bale fez uma belíssima jogada na direita, cruzou e Ronaldo estava lá, no coração da área, para responder ao cruzamento do galês e ao presidente da FIFA.

Já Rakitic respondia ao Real Madrid. No melhor golo da noite, o croata enviou a bola para o ângulo da baliza de Diego Lopez, num cruzamento remate. Sem querer ou não, o jogo estava colocava-se nuns loucos 5-3!

Ora, se na frente havia Bale, Benzema e Ronaldo, na baliza estava Diego Lopez a jusitficar a titularidade. Subida de Diogo Figueiras, combinação do ataque sevilhista e Gameiro só não reduziu porque o portero foi outra vez enorme.

Como enorme é Cristiano Ronaldo.

Antes da partida, tinha 154 golos pelo Real Madrid na liga espanhola. Nesta altura, levava 156 e já tinha igualado Ferenc Puskas. Aos 71 minutos, Ronaldo passou o húngaro, um monstro do Real Madrid dos anos 50 e 60, companheiro de Di Stéfano, ícone para todo sempre. Remate de Cristiano, a bola desvia e trai Beto. 157 golos pelo Real Madrid na liga, 11 no presente campeonato. Os mesmos que Diego Costa, com quem Ronaldo partilha o trono dos goleadores.

O Bernabéu entoava o nome do madeirense que comanda a equipa. Pelo esforço, pela aplicação, pelos golos. Pela atitude! Pela atitude de querer mais, pela ambição de ir mais longe, pelo 6-3 que tinha colocado no marcador.

Ainda estava o público a cantar «Ronaldo, Ronaldo» quando o próprio Cristiano se envolveu num lance com Diogo Figueiras e o português do Sevilha caiu na área. Tal como no penálti que Ronaldo converteu, o lance pareceu fora. Rakitic podia ter feito um hat-trick também, mas atirou a bola para a bancada.

O jogo estava tão louco que não havia maneira de analisá-lo sem ser na correria em que se pôs: Mbia foi expulso por duplo amarelo e três minutos depois, Benzema bisou no jogo a passe de Marcelo.

Xabi alonso voltou a jogar ao fim de meses e meses de recuperação e a noite terminou como começara: com Ronaldo a deixar um colega bater um livre. Na primeira parte, Bale tinha feito golo, na segunda, Ramos permitiu a Beto brilhar com uma defesa espantosa, tão espantosa como a noite do Bernabéu.