Raúl González é um dos grandes ídolos da afición do Real Madrid, mas não cumpriu o «sonho» de acabar a carreira no Santiago Bernabéu.

Após a época 2009/10, o avançado deixou o clube e rumou ao Schalke 04. A sua saída coincidiu com a chegada de José Mourinho ao clube, mas Raúl não culpa o técnico português.

A pergunta do jornalista do jornal As foi se Florentino Pérez tinha dito para Raúl ficar e a resposta foi esta: «Mourinho sim, falei com ele.» Surgiu a insistência sobre o presidente e o ex-internacional espanhol reagiu assim: «Florentino... Eu tinha contrato. Podia ter ficado, foi uma iniciativa minha e o clube ajudou-me porque levava 17 anos. As duas partes sentiram que era o melhor...»

Raúl saiu e o Real Madrid ficou com Mourinho ao leme e Cristiano Ronaldo a brilhar. Para o capitão da seleção nacional só elogios: «O que está a fazer é enorme, mas há um grande plantel com jogadores que podem dar mais. O importante é que todos trabalhem em grupo. Cristiano é o máximo goleador do clube em sete ou oito épocas. Ninguém esperava isso.

E relação com ele como era: «Tenho uma boa relação com ele e a admiração é mútua. Foi uma pena partilharmos balneário apenas um ano, mas foi um ano importante.»

Após a sua saída, o Real Madrid apenas ganhou uma liga espanhola, com Mourinho a liderar nesse ano. Há elogios para o treinador: «Fez um grande trabalho. Os primeiros dois anos foram muito bons. A equipa foi competitiva e derrotou o melhor Barcelona. No terceiro ano começaram as coisas, as divisões, que desde fora se sentiu. Mas para opinarmos é preciso conhecer a raiz do problema. Quando eu estava lá dentro muita gente falou coisas que não correspondiam à realidade. Mas claro que com Mourinho se criou divisão, ainda que o trabalho no campo tenha sido muito bom.»

A saída de Casillas do clube também mereceu comentários e Raúl mostrou a sua tristeza: «Essa imagem...foi um pouco complicado. Os únicos que sabem o que se passou são o Casillas e o clube. O resto vê de foram. Se vês um mito do madridismo só despedir-se, choca-te. Por sorte podemos ver essa imagem posterior que devia ser a primeira, do meu ponto de vista.»

A sua despedida foi também falada. O «sonho» de terminar a carreira não se cumpriu, mas «não se arrepende. O que Raúl gostava era que se valorizasse mais os ídolos do clube e dá o exemplo de Itália.

«Em Itália respeita-se mais. Totti, Del Piero, Buffon, Maldini, Pirlo... O mundo do futebol é tão intenso e olha-se tanto para o dia a dia que Às vezes não importa o passado. E isso deveria mudar.»