Eduardo Camavinga é reforço do Real Madrid com apenas 18 anos, mas o caminho para chegar ao Santiago Bernabéu não foi fácil – bem pelo contrário. O ainda adolescente francês carrega um passado cheio de história, e de histórias.

O jovem internacional francês nasceu em Angola, num campo de refugiados na vila de Miconje, província de Cabinda, para onde os pais fugiram da guerra do Congo. Depois disso, com dois anos, mudou-se para França, sempre numa vida atribulada.

Mais tarde, já em França, numa manhã maldita, a casa onde vivia ardeu por completo e aquela família de oito pessoas ficou sem nada. Nesse dia, o pai aproximou-se dele e disse-lhe que ele era a única esperança para eles todos. Enquanto Eduardo chorava, o pai garantiu-lhe que um dia ainda iria ser um grande jogador e comprar uma casa nova à família.

Por isso esta quarta-feira, às 12 horas de Madrid, quando foi apresentado no clube mais bem sucedido do futebol mundial, Eduardo fez questão de ter na primeira fila os pais Celestino e Sofía, e os seus cinco irmãos (ele é o terceiro de seis). Pelo caminho recordou esses momentos tristes, da fuga à guerra até ao dia em que perderam tudo.

«Evidentemente que o facto de ter de fugir da guerra me tornou mais forte. Ajudou-me a ser quem sou. Mas sobretudo a minha família ajudou-me. Deu-me muito e hoje eu jogo por eles. Todos estes problemas, e estas dificuldades que tivemos, tornaram-me mais forte, sinceramente», referiu.

«Sinto-me muito contente, muito feliz no Real Madrid. Penso nos problemas que tive no passado e agora sinto-me muito feliz», disse ainda, citado pela Marca.