O caso de racismo que Vinicius Jr. sofreu em Valencia criou uma onda de solidariedade mundial nos últimos dias. A FIFA tem manifestado, inclusivamente, total apoio ao jogador.

Nesse sentido, a secretária-geral Fatma Samoura falou em exclusivo com o Maisfutebol, à margem da cerimónia de apresentação do troféu do Mundial de futebol feminino, em Lisboa, e foi muito dura nas palavras. A senegalesa, que é desde 2016 número dois da hierarquia da FIFA, diz que esta já não é altura de palavras: é preciso tomar ações, e se possível duras.

«Sim, estamos a implementar vários procedimentos, mas acho que temos de dar o próximo passo. Se realmente este tipo de comportamento persistir ao ponto de afetar os jogadores, também devemos ser corajosos o suficiente para parar o jogo», referiu Fatma Samoura.

«Eu sei que já digo isto há uns anos, mas vai acontecer. Vai acontecer porque agora é a hora para agir, não é hora para palavras. Não importa quem seja, que comete este tipo de comportamentos tem de pagar o preço por eles.»

Recorde-se que a FIFA criou um protocolo que recomenda que, em todos os jogos e em todos os escalões, quando há um caso de racismo o jogo seja interrompido, podendo até ser definitivamente suspenso se os comportamentos racistas não pararem depois disso.

Nesse sentido, foi notícia no Brasil que Gianni Infantino ia enviar uma notificação à Liga Espanhola a questionar porque é que o jogo do Real Madrid em Valencia não foi nem sequer interrompido quando começaram os insultos racistas a Vinicius Jr.

«Somos uma organização que não pode tolerar nenhum tipo de discriminação e o racismo é o tipo de discriminação mais vil que pode existir. Porque o futebol é um jogo simples, é um jogo universal e o racismo não tem absolutamente lugar neste ambiente. Não tem lugar, aliás, na sociedade em geral», acrescentou Fatma Samoura.

«Definitivamente temos de fazer um apelo à ação e o apelo à ação que o presidente fez, por exemplo, é muito forte. Ele pediu que considerássemos este tipo de atos como um crime contra as pessoas, seja a discriminação por causa da cor da pele, por causa da raça, religião ou orientação sexual. Acho que agora as pessoas estão prontas para tomar sanções mais graves.»

Não perca a entrevista exclusiva a Fatma Samoura, que será publicada esta noite na MF Total