O Sporting pretende aumentar a dimensão da Academia de Alcochete, para o dobro, e trocar as cadeiras do Estádio José Alvalade para que sejam todas verdes.

Estes dois projetos fazem parte do documento denominado «Regresso ao futuro», que revela a visão estratégica para a segunda metade deste mandato (2020-2022), e que foi publicado no jornal do clube.

No que diz respeito às melhorias no centro de treinos, o plano prevê que estas sejam introduzidas ao longo de todo o período de mandato ainda por cumprir. A substituição das cadeiras está programada para a temporada 2021/22.

A SAD do Sporting pretende também implementar rede wifi no estádio, pavilhão, Pólo EUL e Academia, algo que está apontado para o primeiro semestre de 2021.

O documento reitera a intenção de «captar, reter e desenvolver os melhores talentos», e nesse sentido destaca a «captação e retenção contratual de 89 atletas identificados como “High Potential”».

É destaca a inclusão de 13 jogadores com menos de 21 anos na equipa principal, sendo que seis deles associados ao «novo modelo centrado no jogador».

A pensar na optimização dos jogadores, mas não só, a direção liderada por Frederico Varandas entende também que é urgente modernizar o clube no plano tecnológico.

«É crítico o desenvolvimento de um Datawarehouse e ferramentas de Business Intelligence, que possam dar resposta a estas necessidades. Progressivamente, o Sporting CP recorrerá à utilização de ferramentas de Automation e Inteligência Artificial, sempre que aplicável e necessário», refere o documento, que destaca também a necessidade de um Sporting mais verde (no sentido ecológico).

A herança financeira

O documento de visão estratégica faz igualmente um ponto de situação financeiro, não só em comparação com os rivais, mas também em perspetiva com o passado recente da sociedade.

E desde logo com uma ideia forte: «Caso a actual pandemia tivesse ocorrido em 2018, o clube teria colapsado financeiramente.»

O texto recorda que existia um déficit de tesouraria de 216 milhões de euros há dois anos, e que este foi liquidado através da emissão de um novo empréstimo obrigacionista (26,5 milhões de euros), da operação de titularização dos direitos televisivos da NOS (65 milhões), receitas de transferências (114,5 milhões) e poupança salarial líquida (10 milhões).

A este respeito, a SAD leonina refere que a poupança de salários anual atingiu os 18 milhões de euros, dada a saída de 21 jogadores, em contraste com apenas 14 entradas.

Relativamente ao saldo das transferências, o documento aponta para um lucro de 127,2 milhões de euros nas temporadas 2019/20 e 2020/21, o que representará «um valor superior ao total acumulado dos 10 anos anteriores», 98,4 milhões de euros.