* Enviado-especial do Maisfutebol aos Jogos Olímpicos
Siga o autor no Twitter


Gastão avisara na véspera: «ser perfeito pode não chegar». Acertou. O tenista português fez quase tudo bem, explorou os ténues pontos fracos do número 22 do mundo até à exaustão e caiu, essencialmente, por não ter encontrado os caminhos certos para quebrar o serviço a Steve Johnson.

Calor, perto de 30 graus, bom apoio na pequena bancada, com João Sousa ao lado do técnico Frederico Marques, e uma bandeira do Brasil empunhada por membros da ‘torcida’  do Vasco da Gama. «<i>Vamo portuga</i>, o Vasco está contigo!»

Elias entrou autoritário, dois ases no primeiro jogo de serviço e um par de vólei perfeitos na rede. Tecnicamente perfeitos.

Gastão bateu bem de direita, resistiu na esquerda com poucos erros forçados, mas falhou num momento proibido: a servir para 4-3, e a ganhar 40/15, precipitou-se e permitiu o break a Johnson.

Com 5/3, o gigante californiano, a jogar no habitat natural (piso rápido) fechou com segurança.

«Não tenho a mínima ideia para onde vai o serviço dele!», desabafou Gastão para o treinador Frederico Marques.

O filme repetiu-se. Muita qualidade dos dois lados, embora em estilos antagónicos, o português com momentos brilhantes e a obrigar numa ocasião Steve Johnson a aplaudir: troca de bolas intensa, pressão e Gastão a fechar com um <i>lob</i> milimétrico.

O problema era, porém, o mesmo. Quebrar o jogo de serviço a Johnson. Gastão nunca passou dos 30 pontos com o californiano a servir. Num desses jogos, com 15/30 para o português, Johnson reagiu com dois ases. Impossível.

«Arrisca mais um bocadinho na resposta», sugeriu Frederico Marques.

Gastão tentou, tentou, tentou. Nada. Acabou por cair no nono jogo. 4/4, Gastão a servir e a perder o serviço, mesmo com o americano descontrolado e a protestar.

«You’re joking with me! (estás a brincar comigo)», gritou para o árbitro.

6/3, 6/4 para Steve Johnson, participação portuguesa no ténis olímpico fechada. Na bancada, os meninos do Vasco não desistiram: «Vamo portuga!»