Sol do Mundial 2018 nasceu em Timor

O Brasil já lá vai, venha a Rússia.

As 12 últimas seleções do ranking da Confederação Asiática são as primeiras a entrar em campo na corrida para o Mundial 2018. O primeiro passo foi dado esta quinta-feira em Timor (onde a seleção local goleou a Mongólia, bem cedo durante a manhã em Portugal Continental) e tem desde logo um motivo de interesse especial: tudo começou em Dili.

Frente a frente, a Mongólia (194ª no ranking da FIFA) e a seleção de Timor (187.ª), um dos mais novos membros da organização mundial de futebol.
 
O dia 20 de maio de 2002 trouxe ao mundo um novo país: Timor Lorosae, «a Terra do Sol Nascente», e em 2005 a Federação de Futebol de Timor Leste (FFTL) foi admitida como 206º membro da FIFA, tornando-se na 9ª seleção de língua portuguesa filiada na organização do futebol mundial.
 
A seleção timorense foi a primeira eliminada em campo na qualificação para o Mundial de 2014 no Brasil, com quatro derrotas, mas só agora teve a oportunidade de se redimir. 10 anos depois de ter entrado na FIFA, Timor, que nem tem uma liga profissional de futebol, recebeu em casa o primeiro jogo de uma grande competição.
 
Timor Leste contra Cambodja em 2014:



Num país onde a paixão do futebol é enorme, com grande responsabilidade dos portugueses que por lá passaram, a expectativa por este acontecimento é grande. «É um grande orgulho para nós que este jogo tenha lugar em nossa casa», diz ao Maisfutebol Filomeno Fernandes, vice-presidente da Federação Timorense.
 
«A população está entusiasmadíssima. Vamos ter entre 10 a 15 mil pessoas no jogo, o que é muito para um país como Timor», frisou. E se a expectativa é grande, a fasquia também está alta. «Este jogo é para ganhar. É garantido. Queremos passar à fase de grupos. Esse é o nosso principal objetivo», explicou o responsável.
 
Com os jogadores a militarem em campeonatos de países como Coreia do Sul, Irão, Iraque, Arábia Saudita, Tailândia e Bahrein, a seleção de Timor parte de imediato após o jogo da primeria mão para Ulan Bator, onde vai disputar a segunda mão no dia 17 de março, num clima com temperaturas negativas.
 
A pior equipa do mundo
 
O Timor Leste-Mongólia foi o primeiro encontro, mas a fase preliminar de apuramento tem uma panóplia de jogos curiosos a diputar até 17 de março.
 
Outra das equipas que entra em campo já esta quinta-feira é o Butão. A seleção do pequeno reino remoto nas montanhas dos Himalais ocupa o 209.º lugar do ranking da FIFA, a última posição, e desloca-se ao Sri Lanka, 173.º da lista.
 
Membro da FIFA desde 2000, o Butão conseguiu apenas três vitórias nestes 15 anos. No próximo encontro, os jogadores, a maior parte deles semi-profissionais, habituados a altitude e temperaturas negativas, vão jogar às 15:00 de Colombo, altura em que as temperaturas devem rondar os 35 graus. Mas no dia 17, a roda vira e é a vez de o Butão estar em vantagem no reino das neves.
 
Na última vez em que estas duas equipas se encontraram, o Sri Lanka venceu por uns expressivos 5-2. Apesar de as estatísticas os porem em desvantagem, os jogadores do Butão prometem que vão lutar até ao último minuto.
 
Encontro de vizinhos
 
A Índia, que ocupa a 171.ª posição (ex-aequo com o Paquistão), tem um encontro de vizinhos marcado, com a receção ao Nepal. As duas equipas mantém uma rivalidade histórica e já se encontraram mais de uma dezena de vezes, com vantagem para a formação indiana.
 
Também no primeiro dia de jogos, Taipé Chinesa (184º) recebe o Brunei (198.º), o pequeno sultanato do norte da ilha do Bornéu, conhecido pelos irmãos matadores: Mohd and Adi Said. E nos outros encontros, o Cambodja (184.º) recebe Macau (188.º), enquanto o Yemen (179.º) recebe o Paquistão (171.º).

Esta fase de qualificação serve também como primeira ronda de qualificação para a Taça da Ásia, de 2019.