* Enviado-especial do Maisfutebol aos Jogos Olímpicos
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O primeiro teste sério à organização do Rio2016 leva nota muito negativa. O Maisfutebol identificou uma série de situações preocupantes, antes e durante o Portugal-Argentina no Estádio Engenhão, um dos principais focos competitivos das Olimpíadas. 

O recinto é moderno, tem uma estrutura excelente, mas está rodeado por um labirinto de ruas estreitas, difíceis de patrulhar. Muitos polícias, ainda mais elementos do Exército, mas também grande confusão em cafés e pequenos estabelecimentos comerciais, todos nos arredores do estádio.

A nossa equipa de reportagem teve, posteriormente, grandes dificuldades em entrar na zona destinada de imprensa. As indicações no exterior são escassas e o conhecimento dos voluntários - largas dezenas - é penoso.

A habitual simpatia carioca nunca se desfaz, mas nunca ouvimos uma resposta contundente. Perdemos vários minutos numa fila, só para depois sermos bloqueados e enviados para o setor Norte do estádio, radicalmente oposto.

Entrada principal do Estádio Nilton Santos (Engenhão)

A revista é pouco criteriosa. Algo aleatória, até. Permissiva em alguns casos, tolerante noutros, num misto de dúvida e hesitação.

Após entrarmos, finalmente, no setor correto, um agente do exército envia-nos para o Nível 2. Nessa zona mostramos a credencial e somos enviado para o Nível 0. Seria lá que o registo e atribuição de lugar teria de ser feito. Mas não. Afinal era para subir ao Nível 5 e escolher qualquer um dos lugares livres.

Aí chegados, mais problemas: impossível obter uma água durante mais de uma hora (a não ser que quiséssemos penar numas das insuportáveis filas) e a ficha oficial do jogo só nos chegou já depois de o Portugal-Argentina ter começado. Já agora, a garrafa de água também.

Há muitos pormenores a afinar. Não basta sorrir, sorrir muito, e perguntar ao voluntário mais próximo. O amadorismo não é compatível com a exigência de um torneio desta dimensão.