* Enviado-especial do Maisfutebol aos Jogos Olímpicos
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No momento em que entrou a 70 km/h no empedrado e sentiu a parte de trás da bicicleta a ceder, Rui Costa percebeu que não teria um dia fácil nas ruas do Rio de Janeiro.

O ex-campeão do mundo, top-10 na prova de estrada dos Jogos, resistiu a esse primeiro obstáculo, dentes cerrados e muito desejo. Não chegou.

«Numa descida, a 30 quilómetros da meta, vi dois ciclistas a cair. Travei bruscamente, perdi algum tempo e vi o Majka a atacar», lamenta Rui Costa, ainda em cima da bicicleta e queimado pelo inclemente sol de Copacabana. Outro dos problemas, de resto.

«Estagiámos em Teresópolis e o clima de lá não tem nada a ver com isto». Olhos caídos, sensação de algum vazio e frustração.

«Subimos para a bicicleta com uma ideia e depois as coisas saem ao contrário. É um Top-10, é bom, mas fico com a sensação de que podia ter corrido melhor. Principalmente nesses pequenos detalhes».

Rui tem a prova toda na cabeça. E evidente amargura. «As primeiras quatro horas foram duras, com calor e humidade. E depois havia o setor de pavé, onde o bidão e a corrente saltavam. Difícil», recorda o ciclista português.

No final, já fora do grupo da frente, Rui acelerou, sentiu-se bem, ultrapassou Chris Froome. «Já não deu para mais. Acabei a sprintar e bem. Por Portugal faço tudo».