* Enviado-especial do Maisfutebol aos Jogos Olímpicos
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Nestor Muñoz vem de Buenos Juniors e está ao lado do Maisfutebol. Veste a camisola do Boca Juniors e é especialmente histriónico no apoio a Juan Martin del Potro: «Delpooooo, Delpooooooo, Delpoooooo!»

Há bandeiras da Argentina espalhadas pelo Court Central, um ambiente de mini-Bombonera trasladado para o Rio de Janeiro, onde alguns (poucos) brasileiros continuam a provocar.

«’Maricón’ argentino!», grita um homem obeso e vestido com a camisola do Flamengo. Ninguém gosta, nem os brasileiros. «Buuuuuuuuu!»

No campo, Del Potro aparenta estar desgastado. A pancada de direita, mortal, entra menos vezes e Andy Murray ganha algum conforto. O britânico faz um jogo a roçar a perfeição, ataca quando tem de atacar e é cauteloso quando tem de ser.

Fecha o primeiro a 7/5, apesar da boa reação de Delpo.
 

O Maisfutebol, por esta altura, já está de pé e no setor destinado ao público. Na pequena bancada de imprensa não cabe nem mais um repórter e a prioridade é dada aos jornalistas argentinos e britânicos, além dos brasileiros.

É aí que Nestor se revela. «O Delpo é hincha do Boca e o clube mobilizou-se neste apoio. Já viu a quantidade de bosteros que aqui estão hoje?».

O apoio das bancadas é fundamental para a reentrada de Del Potro no jogo. Vence o segundo set por 6/4, recupera algumas das extraordinárias pancadas da semana – semana em que afastou João Sousa, Djokovic e Nadal – e deixa Murray preocupado.

O português Miguel Leal, que falou em exclusivo ao Maisfutebol, é um dos integrantes da equipa de arbitragem da final. Um excelente representante nacional.

Para o terceiro set, Murray avança sem paciência nem clemência. 6/2 e um variado arsenal de pancadas, eficazes e artísticas. Juan Martin del Potro sente-se pela primeira vez perdido nesta semana olímpica.

A tática é dada por Nestor, em pânico. «O Delpo não pode bater de esquerda um jogo inteiro. Delpo! Procura a direita». O juiz de cadeira pede silêncio.

Direita, direita, direita, Nestor tem razão. Juan Martin domina o quarto set, ganha uma vantagem aparentemente confortável mas… bloqueia. Murray vem de trás para a frente, recupera de 5/3 para 5/5 e fecha a 5/7.

Nestor cruza os braços e reflete sobre a mini-Bombonera. «Prata não é mau». Não é mau.

No pódio, Murray até parece mais desconfortável do que no court. E parte um dos souvenirs olímpicos. O excelente britânico sobrevive à imitação de Bombonera é bicampeão olímpico. Parabéns, Andy!

O ultimo ponto do jogo: