João Resende, médico, e António Cravinho, secretário-técnico, acusados de terem impedido a realização de um controlo antidoping após o França-Portugal, de apuramento para o Europeu de sub-21, em 2003, foram condenados a pagar uma multa de 7500 euros na sentença.
Segundo revelou fonte da FPF à Agência Lusa, a sentença foi proferida segunda-feira no tribunal de Clermont- Ferrand, em França, e o Gabinete Jurídico da Federação está agora à espera que seja enviada a sentença para poder analisar o seu conteúdo e decidir se irá ou não recorrer.
Os dois responsáveis federativos incorriam numa pena de seis meses de prisão e numa multa de 7.650 euros por se terem oposto a um controlo antidoping, uma infracção punida pelo código de saúde pública francês. O caso remonta a 18 de Novembro de 2003, quando João Resende e António Cravinho, supostamente, recusaram que a equipa fosse submetida a um controlo de surpresa ordenado pelo Ministério dos Desportos francês.
Em França e na Bélgica existe uma lei que permite que sejam feitos controlos antidoping inopinados, sem que haja acordo com as instituições organizadoras das provas, neste caso a UEFA, os responsáveis da Federação Portuguesa afirmaram desconhecer essa norma e como na altura dos factos não existia um protocolo entre o Governo francês e a UEFA, nem o próprio delegado do organismo europeu ao jogo sabia da legalidade do controlo.
A FPF defende que João Resende e António Cravinho se limitaram a questionar os procedimentos do controlo, nomeadamente a recolha das amostras e a identidade do laboratório que iria realizar os exames. Face à demora, o controlo antidoping acabou por não se realizar já que o médico que o iria realizar considerou que já havia sido ultrapassado o tempo para a recolha das amostras.
Todo este caso passou-se no jogo em que Portugal eliminou a França, na marcação de «penalties» e na qual aconteceu a polémica do balneário partido devido as festejos excessivos do Estádio Gabriel-Montpied, em Clermont-Ferrand.