*Enviado-especial ao Brasil

A figura: Mertens
Saiu do banco para abanar com a pachorrenta Bélgica da primeira parte. Entrou cheio de vontade, mostrou, em poucos minutos, mais do que Chadli em 45 e…desapareceu. Mas em boa hora voltou ao jogo. Finalização perfeita em contra-ataque letal, dando os primeiros três pontos deste Mundial à Bélgica e salvando uma equipa que não teve o brilho que se esperava.

O momento: Fellaini empata

Minuto 70. A Bélgica estava longe de empolgar, a Argélia também estava longe de ter o jogo controlado. O resultado estava, assim, perigoso para os africanos e começou a fugir com o cabeceamento certeiro do médio do Manchester United, entrado minutos antes.

A desilusão: Lukaku
Vinha de pé quente dos jogos de preparação mas passou completamente ao lado do jogo. Não esteve bem, nem mal: foi zero. Não rematou, não ajudou nas combinações, não abriu espaços. Não foi, em suma, o ponta-de-lança que a Bélgica precisava e não mostrou, nesta primeira tentativa, o que dele se esperava. Haverá outras marés.

Outros destaques

Witsel
Anti-monotonia. Tentou acabar «à bomba» com o fraco jogo que se assistia no Mineirão, mas das duas vezes, ambas na chata primeira parte, teve oposição à altura do guardião Mbolhi. Voltou a ficar perto do golo no segundo tempo, num cabeceamento com que não contava e que saiu por cima. Eficaz a controlar o meio-campo, mas o trabalho não foi muito.

De Bruyne
Não fez um jogo brilhante (quem fez?) mas foi dos mais decisivos em campo: centrou para Fellaini empatar e ganhou a bola no contra-ataque que deu o golo da vitória.

Hazard
Afinal, por onde andou? Só não foi a desilusão maior do jogo porque Lukaku conseguiu estar ainda mais apagado e foi rendido no início da segunda parte. O médio do Chelsea foi presa fácil para a defensiva argelina e, em vários lances, pareceu desconcentrado ou alheado do jogo. Pedia-se mais claro. E o jogo fraco da Bélgica também se ficou a dever ao desaparecimento de uma das suas estrelas mais cintilantes.

Mbolhi

Não será o guarda-redes mais estiloso do futebol mas esta tarde foi, pelo menos, prático. Negou por duas vezes o golo a Witsel, em remates de longe, e manteve a concentração para segurar a tentativa de Chadli, já na área. Tudo isto no primeiro tempo. O segundo começou pior, ao comprometer num canto, mas o cabeceamento de Witsel saiu por cima, mas fez as defesas do jogo quando Origi apareceu isolado e viu o golo negado pelo pé direito do guardião argelino e quando um cabeceamento de Fellaini, já com o resultado em 2-1, o obrigou a voar.

Mahrez

Unidade de maior destaque do ataque argelino. Não fez tudo bem, é certo, mas foi, de longe, o que fez mais. O primeiro remate do jogo, por exemplo, ainda que muito torto, foi dele. O cruzamento que origina a grande penalidade, também. Não sendo uma exibição fantástica, o avançado do Leicester City leva nota bem positiva na estreia.

Feghouli
A Argélia passou pelo Mundial 2010 sem vencer, mas, sobretudo, sem marcar qualquer golo. Daí que, ao converter o pénalti por si sofrido, Feghouli já esteja a acrescentar mais uma página de história ao futebol do país. O médio do Valência tem magia nos pés mas esta tarde nem sempre foi inteligente nas decisões. Conseguiu sê-lo na mais importante: o pénalti.

Slimani, Ghilas e Halliche

Dos representantes da Liga portuguesa na seleção argelina, só o central da Académica jogou de início. E não esteve bem. Deixou fugir Origi num lance salvo por Mbolhi ainda com a sua equipa em vantagem e colocou Fellaini em jogo no lance do empate. Slimani e Ghilas, mais o segundo que o primeiro, foram armas de arremesso para tentar mudar o rumo da partida. Sem tempo, nem espaço.