O conservadorismo de Benfica e Arsenal no Olímpico de Roma redundou num empate a um golo.

O conjunto inglês foi superior ao longo dos 90 minutos diante de um Benfica muito preocupado com os equilíbrios, sobretudo na primeira parte, mas não conseguiu descolar na eliminatória, embora parta para a 2.ª mão com ligeira vantagem na eliminatória.

Depois de Leiria na Taça da Liga e de Alvalade para o campeonato, Jorge Jesus voltou a apostar no sistema de três centrais, promovendo a estreia absoluta do reforço Lucas Veríssimo, titular ao lado de Otamendi e Vertonghen.

Jorge Jesus admitira na véspera essa solução como a ideal para travar um ataque com Aubameyang e Lacazette, mas o Arsenal apresentou-se em 4x3x3, sem Lacazette de início com Saka no lado direito do ataque e Smith Rowe à esquerda.

Os primeiros minutos mostraram desde logo um ascendente da equipa inglesa, que reclamou a bola e explorou sobretudo o lado direito, bem alimentado com Saka e Bellerín.

O Benfica entrou muito amarrado taticamente, muitas vezes a defender com uma linha de cinco muito recuada e Pizzi e Taarabt mais preocupados com os equilíbrios defensivos, o que deixou Darwin e Waldschmidt demasiado longe do jogo.

Nos 20 minutos iniciais, a posse de bola do Arsenal superou os 70 por cento e só por manifesto azar a equipa de Mikel Arteta não se adiantou no marcador, quando Bellerín recebeu nas costas de Grimaldo e cruzou rasteiro para um falhanço incrível de Aubameyang.

Só a partir da meia-hora as águias começaram a dar sinais de algo parecido com ambição. Ainda que tendencialmente de forma lenta e ineficaz para baralhar a organização defensiva dos ingleses, o Benfica começou a ter mais bola, mas foi de outra forma que criou perigo pela primeira vez, quando já nos descontos Grimaldo roubou uma bola no ataque, mas não conseguiu servir Darwin quando os londrinos estavam defensivamente expostos.

O Benfica reapareceu para a segunda parte com Rafa no lugar de Waldschmidt, mais subido no terreno e mais proactivo. Ainda assim, foi o Arsenal a estar mais perto de marcar primeiro, por Saka aos 52 minutos.

Pouco depois, Pizzi chegaria ao golo dos encarnados na conversão de um castigo máximo a castigar mão na bola de Smith Rowe após cruzamento de Diogo Gonçalves, mais atrevido do que na etapa inicial.

Só que dois minutos depois a linha defensiva do Benfica não foi capaz de afastar uma bola e acabou exposta à velocidade dos homens do Arsenal. Odegaard descobriu Cédric na esquerda e o ex-Sporting cruzou para a finalização de Saka, que escapou entre os centrais e finalizou sem oposição na pequena área.

O Arsenal seguiu essa receita várias vezes, mas quase sempre os homens da frente foram apanhados na ratoeira do fora de jogo. Quando não aconteceu, Aubameyang definiu mal: no já referido lance da primeira parte e num outro aos 74 minutos, quando o avançado apareceu isolado, mas complicou perante a aproximação de Lucas Veríssimo.

Como na primeira parte, o Arsenal continuou por cima do jogo, mas o Benfica chegou mais vezes ao ataque nos segundos 45 minutos, nos quais dispôs de duas boas oportunidades por Rafa e o recém-entrado Everton. Ainda assim, pouco para reclamar e ser digno de melhor sorte.

Nenhuma das equipas terá feito tudo o que estava ao seu alcance para ir para a segunda mão com uma vantagem confortável, parecendo por vezes que esta eliminatória se esgotava no jogo desta quinta-feira.

O Arsenal? Mostrou melhores argumentos, esteve mais perto da vitória, mas também não foi altamente pressionante e teve períodos de pragmatismo, sabendo que dentro de uma semana há novo jogo e que estará na frente quando o árbitro apitar para o início da partida em Atenas.