Um rol de falhanços inacreditáveis, três bolas na trave e dois erros primários. O FC Porto não teve capacidade nem frieza para se manter à tona na banheira de Roterdão e acabou derrotado pelo Feyenoord (2-0).

A segunda parte do jogo foi estranhamente confusa e incrivelmente louca. Lutou-se muito, jogou-se com pouca inteligência e desperdiçou-se oportunidades como raramente acontece. Em suma, o jogo podia ter acabado com três ou mais golos para cada lado.

O FC Porto apresentou-se claramente superior ao Feyenoord nos primeiros vinte e cinco minutos. Os dragões criaram, aliás, as únicas ocasiões de perigo nessa fase. Titular pelo terceiro jogo seguido, Nakajima atirou por cima na cara de Vermeer após um livre ensaiado (8m) e Zé Luís desviou por cima uma belo cruzamento de Telles (21m).

A supremacia azul e branca desapareceu paulatinamente. O conjunto holandês começou a pressionar mais alto e com mais agressividade, forçando o erro do adversário. Ainda que apenas tenha conseguido um remate perigoso por Harps, o Feyenoord mostrou que era melhor do que o que tinha mostrado até então.

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Sem espaço para as correrias loucas de Marega e com Otávio apagado, o FC Porto voltou a assustar o De Kuip com um cabeceamento de Pepe (38m).

Ao intervalo o nulo prejudicava a entrada positiva dos portistas. Porém, o que se viu na segunda parte foi totalmente distinto. A segunda metade começou com um erro primário de Pepe e Manafá. Um lance inadmissível a qualquer nível seja distrital ou europeu. Marchesín travou o remate de Larsson e a bola ficou à mercê do duo portista que permitiu que o sueco ficasse com a bola. Servido de bandeja, Toornstra fez o 1-0 (49m).
 


Ferido, o sofrimento do dragão agravou-se e valeu «San Marche» a evitar o descalabro durante o primeiro quarto de hora do segundo tempo. O internacional argentino fez uma defesa assombrosa a disparo de Toornstra, segundos depois de ter evitado o golo de Berghuis (54m).

O FC Porto evitou o afogamento na banheira holandesa e reergueu-se. Criou oportunidades quase em catadupa, é certo, atirou três bolas aos ferros. Pode queixar-se do azar, mas não só.

Nova jogada de laboratório permitiu a Otávio acertar na trave na cara de Vermeer (62m). Logo de seguida, o jogou ficou louco! O Feyenoord respondeu por Berghuis que atirou ao travessão (65m) e, no minuto seguinte, Larsson desperdiçou na cara de Marchesín.

Volvidos três minutos, Marega candidatou-se a um dos falhanços do ano da Liga Europa. Já com Díaz e Tiquinho em campo, o maliano atirou para a bancada quando estava só na pequena área.

Independentemente da falta de acerto ofensivo e da pouca fluidez de jogo, esperava-se que o FC Porto chegasse ao empate. E, como se escreveu anteriormente, não foi por falta de oportunidades. Díaz voltou a fazer tremer a baliza de Vermeer (74’) numa das melhores jogadas dos azuis e brancos em todo o jogo. Soares juntou mais uma perdida à vasta lista atirando mais uma bola ao ferro (90m).

Dez minutos antes do brasileiro não ter feito o tento de honra, o FC Porto somou mais um erro inacreditável. A passividade de Telles, Marcano e Pepe foi assustadora. Após o passe errado de Danilo, Karsdorp recebeu, conduziu sem oposição e só parou quando fez o 2-0 e resolveu a partida.
 

 


O FC Porto podia ter ganho, mas perdeu. E, se quer ser favorito a ganhar a Liga Europa como disse Pinto da Costa quarta-feira, tem de saber contornar os percalços e evitar os erros. Não foi só azar.