Um jogo feio, com cenas feias e um central que fez pelo país o mesmo que já tinha feito pelo clube. A Itália está eliminada do Mundial 2014, caiu frente ao Uruguai numa partida de poucas ocasiões, mas que teve momentos decisivos. O maior deles: a expulsão de Marchisio.

Usemos a estatística. Ao intervalo, as duas equipas somavam 26 faltas cometidas entre elas. Jogou-se pouco, para bem dos italianos. A squadra azzurra só necessitava de um empate para se apurar e, por isso, o controlo que teve nos 45 minutos iniciais chegava-lhe para estar confiante na segunda parte.

O Uruguai foi demasiado expectante no primeiro tempo, apesar de a melhor ocasião ter caído nos sul-americanos. Primeiro Luis Suárez a rematar com Buffon a defender e, na recarga, o guardião italiano a mostrar reação incrível a novo pontapé, agora de Lodeiro. Muslera só contava com uma defesa a livre de Pirlo, bem no início do jogo.

Ao intervalo também se percebia uma coisa. Mario Balotelli estava mal. Na tática de 3x5x2 (usada por ambas as equipas), o avançado teve a companhia de Immobile, mas só surgiu quando cometeu uma falta e viu cartão amarelo. Já não voltou para o segundo tempo.

Nesses 45 complementares, apareceu Maxi Pereira. O maestro Óscar Tábarez percebeu que tinha de mudar algo. O benfiquista foi para a direita, Lodeiro saiu e Alvaro Gonzalez passou para o miolo. Na Itália, Parolo congestionava ainda mais o meio-campo transalpino.

Cavani ainda reclamou um penálti antes de Cristian Rodriguez e Luis Suárez terem criado a melhor oportunidade do jogo: o esquerdino do Atlético Madrid rematou ao lado.

Dois minutos depois, o momento decisivo. Marchisio entrou de sola sobre Arévalo e o árbitro entendeu que era para vermelho direto. A Itália ficou reduzida a dez e o jogo, que já estava a inclinar-se para a baliza de Buffon, ficou claramente nesse sentido.

O guarda-redes percebeu logo isso quando Suarez, aos 65 minutos, atirou na área. Buffon fez uma defesa incrível, uma das melhores deste Mundial 2014.

Havia 75 minutos quando Diego Godín começou a aparecer na área italiana. O central ficou por lá, à espera de um lance aéreo. Fosse em jogada corrida ou bola parada. Ela iria chegar…

Mas antes, Suárez voltou a mostrar o seu lado negro. O ponta de lança uruguaio mordeu Chiellini! O italiano também não se ficou e o cotovelo foi à cara do primeiro agressor. Tudo muito feio e para a FIFA resolver.

Porém, mais relevante, foi a tal bola aérea para Godín. Num canto, o central uruguaio voltou a saltar mais alto que uma defesa contrária (Bonnuci ficou a ver jogar) e, lá nas nuvens, atirou para o fundo das redes de Buffon.

O 1-0 chegava aos sul-americanos, que recuaram de imediato e deixaram a Itália fazer uma pressão final. Sem resultados, até pela inferioridade numérica.

Um campeão do Mundo iria para casa nesta tarde. Foi a Itália, que tinha sido bella no primeiro jogo, mas que também não resistiu à Costa Rica e aos voos de Godín.