Cristiano Ronaldo e Iniesta já deixaram a sua marca no Europeu. Paul Pogba, Wayne Rooney, Mesut Ozil, Robert Lewandowski, Eden Hazard ou Zlatan Ibrahimovic não conseguiram o mesmo. Uns terão mais oportunidades, outros nem isso. 

Estes seriam alguns dos nomes de quem mais se esperava neste Euro 2016. Como se disse, nem todos corresponderam, mas isso não significa que não tenha surgido quem lhes ocupasse o lugar. 

Uns mais esperados, outros menos. Gareth Bale, por exemplo. já não é uma revelação, tem o talento mais do que confirmado, mas alguém esperaria tanto da sua seleção? Além disso, ainda se juntou ao restrito grupo de jogadores que marcaram em todos os jogos da fase de grupos de um Europeu. 

Lukaku ou Morata também não são nomes de segunda linha, longe disso. Nenhum é, no fundo. Nesta lista, então, não encontrará ninguém que fosse um perfeito desconhecido antes do Euro. Mas vários deles eram-no há quatro anos, pelo menos para a alta roda do futebol europeu. 

Confira onde eles andavam, então. 

Dmitri Payet (França)

Depois da melhor época da carreira ao serviço do Saint-Etienne, Payet assinou pelo Lille no verão de 2011, mas os 43 jogos e 6 golos na primeira temporada no novo clube não chegaram para convencer o selecionador Laurent Blanc a levá-lo ao Europeu.

Tinha participado em dois jogos na fase de qualificação, com Luxemburgo e Roménia, sendo suplente utilizado em ambos.

De lá até ao Europeu muito mudou na vida de Payet. No ano seguinte imitou os números do ano da explosão em Saint-Etienne e convenceu o Marselha a avançar para a contratação. No apuramento para o Mundial 2014 voltou a fazer apenas um jogo e também não viajou para o Brasil.

No Verão passado assinou pelo West Ham e ajudou o clube a realizar uma temporada muito positiva. Isso valeu-lhe o passaporte para o Europeu, mesmo não tendo participado em qualquer encontro da fase de qualificação. O golo à Roménia catapultou-o de vez para o estatuto de figura da prova.

Ivan Perisic (Croácia)

O homem que atirou com Espanha para o já chamado «lado dos tubarões», esteve no Europeu de há quatro anos, mas o cenário foi bem diferente do atual. Titular nos dois primeiros jogos (vitória sobre Irlanda e empate com Itália), acabou por ser suplente utilizado na despedida frente à Espanha, em que os croatas perderam. Saiu, também, sem marcar golos e sem conseguir o destaque que já tem nesta prova.

Na altura era jogador do Borussia Dortmund, tendo terminado, quando arrancou o Euro, o seu primeiro ano na Alemanha. Ficaria no país até janeiro deste ano embora tenha trocado o Dortmund pelo Wolfsburgo em janeiro de 2013.

Tal como há quatro anos, esta época também começou com mudança de ares. Rumou à Fiorentina, onde rapidamente se afirmou. E ganhou gás para um Euro que está a ser em cheio.

Álvaro Morata (Espanha)

Por ocasião do Euro 2012, Álvaro Morata, agora um dos melhores marcadores da prova com três golos, tinha apenas um jogo na equipa principal do Real Madrid. Estava a começar a despontar, aos 19 anos. Marcara 18 golos na equipa B dos merengues e era uma enorme promessa da cantera.

Não confirmou em pleno no imediato, mesmo realizando mais duas temporadas na casa a que, sabe-se, vai agora regressar. Porém, foi ao serviço da Juventus que se tornou no avançado que, agora, é a referência do ataque espanhol.

Há dois anos teve a primeira internacionalização A, participou em quatro jogos do apuramento mas é no Europeu que está a explodir: já tem tantos golos na prova como em todos os outros jogos que tinha feito pela seleção.

Gareth Bale (País de Gales)

O outro goleador do Euro até ao momento estava em grande, no Tottenham, no verão de 2012. Já tinha feito uma temporada acima da média em 2010/11, melhorou os números no ano seguinte mas, já se sabe, Gales viu o Europeu pela televisão.

Essa temporada antes do Europeu foi também aquela em que Bale deixou de ser, definitivamente, lateral esquerdo, algo que consumou com a mudança no número da camisola, no ano seguinte, trocando o 3 pelo 11.

Também há quatro anos, por essa altura, Bale renovava o seu contrato com os londrinos, comprometendo-se com o clube até 2016. Dois anos depois, assinou pelo Real Madrid.

Romelu Lukaku (Bélgica)

A Bélgica não esteve no Euro 2012, mas se tivesse conseguido o apuramento, muito provavelmente Lukaku não estaria nos eleitos. Pelo menos a julgar pela temporada fraca que protagonizou na antecâmara do torneio da Polónia e da Ucrânia.

Depois da afirmação no Anderlecht, com 20 golos em 48 jogos na época 2010/11 mudou-se para o Chelsea na época seguinte onde não foi feliz. Nem um golo para amostra.

A passagem por Londres correu tão mal que acabou por ser emprestado ao West Bromwich, primeiro, e Everton, depois, onde recuperou o toque de Midas e a capacidade goleadora. E assim, mesmo com um Mundial 2014 algo desolador (apenas um golo em quatro jogos) e uma fase de apuramento ainda pior (nem um golo em cinco jogo), não mais perdeu o barco da seleção.

E assim chegou ao Europeu onde já fez dois golos.

Éder Martins (Itália)

De todos os exemplos dados, Éder Martins será aquele que mais longe estaria, há quatro anos, de sonhar com a presença no Europeu de França. A verdade é que o brasileiro tinha dupla nacionalidade, graças ao seu bisavô, mas ainda não era internacional.

Só o é, de resto, desde o ano passado, numa decisão de Antonio Conte que até causou alguma polémica.

Ora, por ocasião do último Europeu, Eder estava na primeira temporada na Sampdoria, ainda por empréstimo do Cesena que tinha...descido de Divisão no ano anterior. O homem que marcou o golo que deu o apuramento da Itália para os oitavos de final, estava longe de ser opção há quatro anos e mesmo antes da prova nem era dos nomes mais consensuais. Exibições como a que fez contra a Suécia ajudam a confirmar a opção.

O crescimento de Eder pode ser comparado a outros antigos companheiros do Cesena, naquele ano em que a equipa desceu. Marco Parolo, Emanuele Giaccherini e Antonio Candreva também integravam a mesma equipa. Hoje são todos titulares da seleção. 

Arkadiuz Milik (Polónia)

A Polónia não sofreu qualquer golo na fase de grupos do Europeu e marcou apenas dois. Um foi de Milik o outro foi a partir de uma assistência de Milik. Com Lewandowski, grande figura da equipa, ainda em branco, tem sido o avançado do Ajax o abono de família.

E onde andava ele há quatro anos, quando a Polónia jogou o Europeu em casa? Tinha apenas 18 anos e jogava no Górnik Zabrze, equipa que terminava a Liga polaca em oitavo lugar.

Iria estrear-se na principal seleção polaca ainda nesse ano de 2012, em jogos particulares, fazendo o primeiro golo frente à Macedónia, num deles.

Mesmo tendo passado por Bayer Leverkusen e Augsburgo antes de 2014 foi a partir desse ano, quando assinou pelo Ajax que se tornou incontornável.