Ricardinho concedeu uma entrevista à Movistar, de Espanha, na qual recorda a forma como chegou ao Benfica, com apenas 18 anos, depois de um acordo selado com um aperto de mão que só não se desfez… à custa uma bofetada dada pela mãe.

«Fizeram-me uma proposta para ganhar três ou quatro vezes mais, disseram que eu ia ser o melhor do mundo. Parecia que me estavam a contar o que aconteceu depois na minha vida», começa por recordar.

«Eu fiquei a olhar e ele [o responsável do Benfica] só me perguntou: queres ou não? E eu disse ‘sim, sim’. E ele disse: ‘então aperta a minha mão, que para mim o aperto de mão vale mais do que tudo’», continua.

Porém, esse acordo esteve próximo de cair devido a uma proposta de última hora do Freixieiro, clube que ficava mais perto de casa, no Norte do país.

«Eu nunca tinha saído nem do Porto. E depois recebi uma chamada do Freixieiro que queria reunir comigo, mas que queria que fosse em minha casa. Ele abriu uma mala com cinco ou dez mil euros, que ele disse que era para nós. Eu pensei que era perfeito, porque ficava mais perto de casa, jogava num grande clube do Porto, ficava perto de casa», continua.

O pior, contudo, veio logo a seguir. «Ao olhar para o monte de dinheiro eu disse: ‘combinado’. Então a minha mãe deu-me uma bofetada, ali, à frente do presidente. Eu fiquei branco e desatei a chorar, mais por vergonha do que pela dor. E ela disse-me: o que estás a fazer? Nós somos pobres, mas somos honestos. Deste a tua palavra ao Benfica, não foi? Então vais para lá. Vais aprender a saber que a palavra vale mais do que tudo», recorda o futsalista português.

Veja a forma como Ricardinho conta o episódio: