Oksana Chusovitina, 41 anos, finalista na prova de salto de ginástica artística dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. No final, um sétimo lugar, tanto como os Jogos Olímpicos em que já competiu. Penúltima em oito classificadas, sendo que a mais velha tem 27 anos, e as mais novas 16.

Mas a uzbeque Oksana Chusovitina diz que não se sente velha e já nem põe de lado voltar aos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, daqui a quatro anos, quando tiver 45.

E Oksana Chusovitina é mais do que só uma história de longevidade. É uma lenda da ginástica, também por isso, mas não só. Competiu por três bandeiras diferentes e ganhou duas medalhas olímpicas, mas nenhuma pelo seu país, e tem quatro movimentos com o seu nome.

Nascida em 1975 na então União Soviética, competiu pela primeira vez em Jogos Olímpicos em 1992 (ainda Simone Biles nem tinha nascido), em Barcelona, numa Equipa Unificada que reuniu as antigas repúblicas soviéticas. Venceu uma medalha de ouro.

Em Atlanta (96), Sidney (2000) e Atenas (2004) participou pelo Uzebequistão, mas não conseguiu chegar às medalhas. Só voltou ao pódio em Pequim (2008), quando competiu pela a Alemanha e venceu medalha de prata. Tinha 33 anos.

A mudança para a Alemanha tem uma explicação. Em 2002, o filho foi diagnosticado com leucemia e o tratamento era incomportável no Uzbequistão, porque não era coberto pelo sistema de saúde. Mudou-se então para a Alemanha para poder tratar o filho e o país permitiu-lhe a ela e ao marido Bachadir Kurbanov, da luta olímpica, competirem sob a bandeira germânica. Foi também como alemã que competiu em Londres (2012).

Agora voltou à bandeira do seu país e ao sonho de ganhar uma medalha para o Uzebequistão. Não conseguiu, mas pode não ficar por aqui.

«Eu amo este desporto. Ainda gosto de treinar e competir. É por isso que eu continuo, mas esta é minha última Olimpíada», tinha dito há dias. Agora, após a final do salto, o adeus não parece tão certo. «Não vou dizer que se participo ou não em Tóquio, mas vou começar a preparar-me».