José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP) reconheceu que, pese alguns resultados positivos, os objetivos traçados para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro não foram atingidos. E, na sequência, assume a responsabilidade pelo facto.

«Creio que neste momento aquilo que é importante é avaliarmos os resultados alcançados e os resultados alcançados ficaram aquém das nossas expetativas», começou por dizer, em declarações à Agência Lusa.

E a responsabilidade é sua: «Não há outro responsável. O primeiro responsável pelo facto de os objetivos não terem sido atingidos sou eu.»

«Não tenho de me queixar do Governo, nem deste nem do anterior. Se tenho de me queixar, é de não ter sido suficientemente capaz de mobilizar todos aquele que envolvem a participação numa missão olímpica, para que os resultados pudessem corresponder áquilo que tínhamos estimado», prosseguiu.

O discurso soa a despedida do cargo, assumido em março de 2013, em substituição de Vicente Moura, mas Constantino não assumiu a decisão, embora garanta que já saiba o que vai fazer, preferindo, contudo, revelar primeiro à Comissão Executiva.

Relativamente a números, o dirigente especificou: tinham sido definidos dois lugares no pódio e só um foi conseguido; doze diplomas e só dez foram conseguidos; doze classificados entre o 9º e o 12º e, aí sim, a marca foi superada, com 15 atletas nessas posições. «Portanto dos três objetivos, apenas um foi cumprido», sintetizou.

Além da medalha de Telma Monteiro, a canoagem conseguiu um quarto lugar (K2 1.000), um quinto (K1 1.000) e um sexto (K4 1.000), no atletismo registaram-se dois sextos no triplo salto (Nelson Évora e Patrícia Mamona) e um nos 20 km marcha (Ana Cabecinha), enquanto Marcos Freitas, no ténis de mesa, João Pereira, no triatlo, e a seleção de futebol ficaram em quinto e o ciclista Nelson Oliveira foi sétimo no contrarrelógio.

Constantino assumiu alguma desilusão com a prestação da seleção nacional de ténis de mesa, eliminada na primeira ronda, frente à Áustria, atual campeã europeia.

«Relativamente ao Marcos Freitas, o comportamento foi extraordinário. O quinto lugar é extraordinário nos Jogos Olímpicos», elogiou, em sentido inverso.

«Eu faço uma avaliação em função dos objetivos que nós determinámos. E em função dos objetivos que determinámos, o resultado fica aquém daquilo que era estimando. Isso não significa que não tenham sido alcançados resultados como os referidos, que têm uma valor extraordinário», encerrou.