Rui Bragança, que representou Portugal no torneio olímpico de taekwondo, regressou a casa esta terça-feira, garantindo ter um sentimento de dever cumprido, depois de ter sido o primeiro português a ganhar um combate nos Jogos Olímpicos e de ser afastado nos quartos de final, terminando no 9º lugar final.

O bicampeão europeu na categoria de -58kg garantiu que todos os atletas que representaram Portugal «deram o tudo por tudo».

«Apesar de os resultados não terem sido aquilo que os portugueses esperavam, a verdade é que só em diplomas olímpicos, e com a medalha da Telma [Monteiro], estes foram os melhores Jogos Olímpicos de sempre em termos de pontuação coletiva», destacou Bragança.

O atleta de 24 anos diz que «as pessoas nem imaginam os sacrifícios que os atletas tiveram» para marcar presença no Rio de Janeiro. «Por isso, acho que falo por toda a gente quando digo que a missão foi cumprida. Os resultados, se calhar toda a gente queria um bocadinho mais, mas foi muito bom», insistiu.

«Toda a gente que vai lá, vai para lutar pelo ouro. Pelo menos, sonha com isso. Mas a verdade é que faltou só um bocadinho de sorte. As coisas estavam muito bem preparadas. Deu para ver que no primeiro combate fizemos aquilo em que acreditávamos e vimos que isso estava certo. O combate seguinte já foi muito mais tático. E faltou-me aquela pontinha de sorte», lamentou.

Ficou famosa a tirada de Rui Bragança após a eliminação revelando que foram os pais a custear parte da sua carreira e que não voltaria a pedir-lhes dinheiro. Por isso, o atleta, que também é estudante de medicina, voltou a apontar baterias à falta de apoios.

«Quando nós falamos com atletas de outras nacionalidades, eles quase que têm pena de nós. Quando nós dizemos que temos que pagar isto ou pagar aquilo, ou quando dizemos que o nosso centro de treinos é assim ou assado, isso para eles é impensável. Se as coisas não mudarem, é impossível repetir aquilo que nós fizemos até agora. O sacrifício foi demasiado grande e é impossível repetir», garantiu, em conclusão.