Rui Jorge diz que está a preparar a seleção olímpica, tendo em conta todas as condicionantes que teve para fazer a convocatória, da melhor forma possível para a estreia frente à Argentina, prevista para a próxima quinta-feira. O selecionador falou ainda da «experiência única» de estar a viver na Aldeia Olímpica entre os mais conotados desportistas do Mundo e espera que isso também sirva para inspirar os jogadores para, num ambiente de desporto, darem o melhor de si no torneio que vai decorrer no Rio de Janeiro.

Numa lista inicial de 57 jogadores, Rui Jorge teve de contentar-se com segunda escolhas para juntar dezoito jogadores e, desse grupo, dois estão ainda em dúvida para o primeiro jogo do torneio olímpico. «Já há algum tempo que só tenho dezanove jogadores, o resto já faz parte do passado. São estes 19 que mereceram toda a nossa atenção, foi com eles que nos preparámos para este primeiro jogo. Penso que estamos organizados. É um torneio difícil, na pré-época, com jogos de três em três dias, mas será com certeza difícil para todos. Acho que estamos preparados. Os jogadores têm vindo a trabalhar muito bem, com grande vontade. Estamos preparados para defrontar uma boa equipa como é a Argentina», começou por destacar na antevisão da estreia.

Os dois jogadores limitados são Gonçalo Paciência e Tiago Ilori, mas Rui Jorge ainda não descartou a sua utilização. «Ainda temos dois dias até ao jogo, o departamento médico está a trabalhar. Vamos esperar para ver», acrescentou.

Neste grupo restrito de jogadores há um especial, por mais que não seja, por não ter vínculo com qualquer clube, uma vez que terminou contrato com o Sporting e ainda não se comprometeu com outro clube. Falamos de André Martins. «Em relação ao futuro indefinido, terá o André como outros jogadores que ainda não sabem onde ainda vão jogar na próxima época. A diferença é que o André terminou contrato com um clube, mas treinou como os outros até ao final da época. É um jogador em quem nós acreditamos bastante, penso que irá aproveitar esta oportunidade. O facto de não ter vínculo a um clube também será opção sua, já terá recebido propostas para assinar, mas decidiu esperar», destacou o selecionador.

A seleção está instalada em plena aldeia olímpica, sem as mordomias que costuma ter nas unidades hoteleiras. «É uma experiência diferente, mas adaptamo-nos. Gostamos disso, não necessitamos de luxos. Conseguimos perfeitamente conviver numa aldeia olímpica. Claro que altera as nossas rotinas, não é o hotel onde temos o nosso espaço reservado para nós, mas com organização acabamos por conseguir isso. Tem algumas vantagens viver num grande ambiente desportivo com outras estrelas do desporto mundial. O Djokovic, o Nadal, o Gasol, passam por nós. Todos fizeram algo importante para lá poderem estar. Viver neste clima é interessante para eles, é uma experiência única», comentou.

Uma nova competição um mês depois de Portugal conquistar o título europeu em França. Maior pressão? «A pressão existirá sempre em grandes competições como esta. É uma pressão que é inerente. É um facto que existe, mas sabemos bem lidar com ela. Para mim só há um caminho, tentar fazer o melhor que conseguimos. A partir daí são coisas que não conseguimos dominar. Temos de nos preparar, dar o máximo de informação sobre a Argentina, a forma como joga e treinar para que possam corresponder da melhor forma. É bom que Portugal seja uma equipa respeitada em todo o mundo. Essa vitória no Europeu faz com que isso seja mais evidente, mas já era assim, já tivemos o Figo, hoje temos o Ronaldo, nunca olharam para nós com menosprezo», referiu.

Falar de um Portugal-Argentina, obriga a falar de Cristiano Ronaldo e Messi, mas Rui Jorge não aceita o termo rivalidade entre os dois países. «Acho que é mais entre brasileiros e argentinos, não tanto com portugueses. Os portugueses admiram os futebolistas argentinos. Há vários a jogar em Portugal e aprendemos a admirar a sua qualidade, tal com a dos brasileiros», comentou.