Telma Monteiro chegou esta terça-feira à Aldeia Olímpica de bronze ao peito e ainda com as emoções à flor da pele, após a conquista da medalha de bronze na categoria de -57 kg.

«Já larguei (a medalha) um bocadinho... para dormir. Pensei que não ia largar, mas, também para não a estragar, larguei só para dormir», afirmou a atleta, citada pela Lusa.

As emoções não permitiram que a noite fosse de muito sono. «Dormi pouco. A emoção é muita e é difícil dormir. Estou também a assimilar tudo o que aconteceu. E, em Portugal, como já é mais tarde, também a tentar responder a todas as mensagens que tenho recebido».

As mensagens de felicitação foram muitas e todas com um significado especial: «É difícil retribuir a toda a gente, mas estou a tentar responder ao máximo de mensagens que consiga. Vou tentando».

«Todas são especiais, porque eu sentia que havia muitas pessoas que queriam que eu ganhasse e que estão muito felizes por eu ter conseguido, finalmente, depois destes anos todos, alcançar este feito. Sinto que as pessoas estão contentes por mim e isso também é importante para mim», prosseguiu.

A festa na Aldeia Olímpica foi grande e com as pessoas que a judoca mais gosta. «Como fui recebida? Com muita felicidade. Todos estão muito contentes e querem partilhar este momento comigo. Também estou muito contente por poder partilhar este momento com eles todos».

Após a conquista e as celebrações, o dia vai ser de descanso, mas ainda com tempo para apoiar o amigo Célio Dias.

«Amanhã (quarta-feira), compete o Célio Dias, que é um grande amigo meu e colega de seleção, e, portanto, também queremos estar um bocadinho a apoiá-lo. Dar-lhe um ambiente positivo para ele ir tranquilo e fazer o seu melhor», afirmou.

Em relação ao combate, Telma Monteiro garantiu que não deixou de acreditar na medalha, após a derrota com a mongol Sumiya Dorsjsuren, nos quartos de final, e a «queda» para as repescagens. «Não me passou que não fosse possível (chegar à medalha). Passou-me que era extremamente difícil e que tinha, realmente, que me superar, tive a consciência que, para seguir em prova e para ganhar à francesa, era um passo difícil e era um passo muito grande», recordou.

O segredo para o sucesso, segundo a atleta portuguesa, foi não deixar-se levar pelo receio. «Acho que o mais importante, às vezes, não é não termos receio. Eu também tenho receio, às vezes, de não conseguir ser bem-sucedida, mas o importante é não deixar que o receio domine as nossas emoções, que seja a nossa emoção principal», explicou.

Na segunda-feira, Telma Monteiro selou a 24.ª medalha da história do desporto português em Jogos Olímpicos, primeira no Rio 2016 e segunda de sempre no judo, 16 anos depois de Nuno Delgado conseguir feito idêntico em Sydney 2000.