Contra ventos e marés, combate-se com alma e vontade. Rio Ave e Beira-Mar tiveram de mostrar o querer, num jogo em que o saber tinha pouco lugar. Habilidades para casa, truques guardados, estratégias redefinidas. Para combater a intempérie, houve mangas arregaçadas, muita alma e algum futebol. No final, empate a um bola.

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A chuva e o vento moldaram o jogo para aquilo que já se previa. Muita luta, muitas bolas perdidas, passes transviados. Entre bolas que pareciam longas e saíam curtas e outras que, sem se perceber bem como, ganhavam toda uma nova vida, o Beira-Mar conseguiu instalar-se no meio campo da casa e dominar os primeiros 45 minutos.

Pressão algo inconsequente, saliente-se, uma vez que os aveirenses, a jogar a favor do vento, não conseguiram criar grandes lances de perigo. Com mais ou menos dificuldades, a defesa do Rio Ave dava conta do recado e solicitava as investidas de Bruno Gama, esta tarde, praticamente, um solista.

Djamal ditou leis (destaques)

Na luta do miolo, as ordens eram de Djamal. O aveirense empurrou a equipa para a frente, mas não teve o acompanhamento devido. O nulo ao intervalo devia-se, também, a isso.

Vento arranja companhia: chuva e golos

No segundo tempo, o forte vento ganhou companhia: a chuva. Um dilúvio de características bíblicas tornou ainda mais difícil o propósito de tudo isto: jogar futebol. E, por incrível que pareça, foi entre a borrasca que chegaram os golos. Em dose dupla.

Veja as notas dadas aos jogadores

Yazalde ameaçou e marcou. Tatu marcou e ameaçou. Primeiro o tento da casa. Confuso, como não podia deixar de ser. Yazalde, que no minuto anterior tinha perdido um claro lance de golo, por querer rendilhar demais, viu a luz entre o amontoado de pernas na área do Beira-Mar. 1-0.

Passaram três minutos, meia dúzia de passes transviados e os visitantes empatam. Canto na direita, Kanu ganha no ar, Tatu empurra. Tudo simples, como que a mostrar o que deveria ter acontecido no primeiro tempo. O brasileiro viria a marcar, novamente, pouco depois, num lance anulado por fora-de-jogo. Tal como João Tomás do outro lado. Em ambos os casos, aparentemente, bem. O árbitro Bruno Esteves, de resto, merece uma menção: num jogo com características difíceis não complicou e sai com boa nota.

O resto do jogo foi decalcado do primeiro tempo: luta, alma, suor. Erros de parte a parte, muito querer, pouca clarividência. Resultado justo.

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