A figura: Huanderson

Postura pouco ortodoxa na baliza mas extremamente eficaz. Fundamental no período de maior pressão do Benfica, afastando o perigo sem considerações estéticas ou olhos postos na fotografia. Segurou o ponto, a soco, à palmada, de todas as formas e feitos. Um gigante conhecido como Muralha.

Positivo: Javier Saviola

Não merecia passar 45 minutos no banco de suplentes. Provara frente ao Marítimo a sua utilidade mas, ainda assim, foi afastado do onze. Quando surgiu o intervalo, Jorge Jesus apontou na sua direção. Saviola teve de pedir para aquecer, entrou e transfigurou o jogo encarnado. Incansável na procura de espaços, sofreu uma grande penalidade não assinalada na reta final, por empurrão claro de Sony.

Positivo: Christian Atsu

Um diamante a reclamar a atenção dos responsáveis do F.C. Porto. Produto trabalhado nas camadas jovens dos dragões, apareceu com 20 anos na Liga e está preparado para regressar a casa. Nos jogos grandes, demonstra um atrevimento acima da média perante adversários de peso, como Maxi Pereira. Aproveitou da melhor forma as hesitações de Artur Moraes e Luisão, inaugurando o marcador. Quinto golo na Liga para um jogador que já tinha marcado na Luz. Maxi e Matic nunca encaixaram no seu jogo. Portentoso.

Negativo: Artur Moraes

Estranhamente apático. Partilha responsabilidades com Luisão no primeiro golo do Rio Ave, ficando a ideia que terá dito que a bola era sua, fazendo com que o capitão do Benfica se alheasse do lance. No segundo golo, por mais que a trajetória fosse difícil, tinha de se fazer à bola. Pelo meio, seria o que os adeptos esperariam, por certo. Um dos melhores ao longo da temporada num final de tarde para esquecer.

Outros destaques:

Maxi Pereira

Demasiadas falhas na marcação a Atsu, pulmão enorme na etapa complementar, surgindo em inúmeras ocasiões na área do Rio Ave. Esteve, aliás, perto do golo num par de oportunidades. Teria nota alta, não fosse o espaço concedido ao ganês na etapa inicial.

Nolito

Carburador do ataque do Benfica, contribuindo com a sua irreverência e sentido de baliza para a recuperação momentânea dos encarnados. Marcou de novo, tal como tinha acontecido frente ao Marítimo. Para além disso, esteve na génese do segundo golo e criou alguns lances de perigo pelo seu flanco na etapa complementar. Não foi por ali.

Cardozo

Esteve sete jogos sem marcar, o segundo pior jejum na sua longa estadia no Benfica. Em Vila do Conde, perto do intervalo, conquistou e converteu um castigo máximo. Violência extrema no penalty, compensando a escassa colocação da bola. Alcançou Lima na lista de melhores marcadores. Sofreu outro penalty de Gaspar, desta vez não assinalado. Pelo meio, pouco ou nada.

Matic

Por mais que se queira afirmar como uma alternativa a Javi Garcia, não consegue demonstrar a mesma capacidade para destruir jogo adversário e transmitir segurança aos restantes elementos da equipa. Só aguentou 45 minutos em campo.

Gaspar

Borrou a pintura num curtíssimo espaço de tempo. Primeiro, corte incompleto, colocando a bola nos pés de Nolito. Depois, uma entrada imprudente na área, acabando por tocar em Cardozo. Penalty, 1-2. Cometeu segundo penalty, desta vez não assinalado. De novo sobre Cardozo (81m)

Witsel

Um dos melhores do Benfica, sobretudo na etapa inicial. Jorge Jesus sacrificou Matic ao intervalo e prendeu Witsel. Um erro. Percebeu isso mesmo e lançou Javi Garcia a vinte minutos do final, devolvendo o belga à liberdade. Lógico.

Kelvin

Menos efusivo que Atsu, conseguiu ainda assim tirar partido de um jogo intranquilo da defesa encarnada. Na etapa complementar, soltou-se e inventou o segundo golo. Excelente trabalho à direita e cruzamento com o pé mais fraco para a cabeça de Yazalde. Ainda precisa de crescer.