Ser último tem destas coisas. O que pode correr mal, corre mesmo mal. É a lei de Murphy e síndrome de quem tem todo o campeonato À frente. Após mão cheia de cantos, o Rio Ave sofreu o golo no primeiro lance do género para o Nacional e ficou atrás no resultado depois de um início prometedor. Mas não foi só isso que correu mal à equipa: as falhas na defesa também se pagaram caro na frente e os vila-condenses continuam últimos na Liga, enquanto o eficaz Nacional é cada vez mais quinto e espreita o quarto lugar.
Os vila-condenses sabiam que tinham oportunidade para sair dos lugares de descida. Conheciam os resultados de Trofense e Belenenses e entraram determinados a ultrapassar os adversários mais directos (os únicos?) na luta pela permanência na I Liga. Por isso, os primeiros vinte minutos foram para os da casa.
Os remates de Pedro Moutinho e as jogadas de Fábio Coentrão ficavam sem resposta, com o Nacional à procura de bola para expandir jogo. Os vila-condenses delinearam, nesse período, a melhor jogada do encontro, numa combinação entre vários jogadores. Yazalde ainda colocou a bola na baliza, mas dessa vez Artur Soares Dias acertou na decisão, como não faria mais à frente, e o jogo mantinha-se num nulo.
Quando, por fim, o Nacional chegou à área contrária foi para facturar. Ironia das ironias, o Rio Ave tinha uma série de cantos a favor, mas no primeiro que cedeu sofreu o golo. a equipa de Carlos Brito reagiu depressa, mas foi perdendo gás até ao intervalo, até porque Ruben Micael começou a serenar o jogo madeirense.
Depois da falha, o desperdício
O intervalo chegou com decisões incorrectas de Soares Dias, que não viu uma grande penalidade de Pedro Moutinho (mão na bola) e uma agressão a Ruben Micael, mesmo que a intenção de Vilas Boas tenha sido de pontapear a bola. Desse modo, as equipas regressavam com o mesmo resultado e quase com os mesmos onzes. Quase porque Carlos Brito lançou Evandro para o lugar de Miguel Lopes.
A substituição ao intervalo foi boa para o Rio Ave. Evandro trouxe dinâmica ao ataque e reabilitou Moutinho e Coentrão, com a Yazalde a querer entra no jogo. E foi da cabeça do brasileiro que saiu o lance mais perigoso dos vila-condenses, com Bracalli a defender remate à queima-roupa, de Pedro Moutinho. Depois do erro no golo do Nacional, o Rio Ave era penalizado pelo desperdício do extremo.
Arriscar tudo; pior é impossível, ou não
Os pontos, o ponto, pelo menos, fugia ao Rio Ave. Carlos Brito já era último e lanterna vermelha continuava com o 1-0. Assim, o treinador lançou Tarantini e Chidi. Se se está a perder, é-se último, pior não pode acontecer, certo? Pode, porque o Nacional chegou ao 2-0 em contra-ataque, matou o jogo e as esperanças dos vila-condenses pontuarem.
Os madeirenses eram, sobretudo, eficazes, porque têm pressão mais tranquila e, acontecesse o que acontecesse, ficariam sempre no quinto posto. Com os golos de Cléber e o último de Cop, ficam a um ponto do Sp. Braga e bem mais distantes do Marítimo. E isso significa muito para os alvinegros.