A figura: Christian Atsu remou contra a maré

Absolutamente sufocante, de um talento adiantado pelo corpo fora, apesar da idade, o camisola 20 mostrou possuir o dom demolidor de passar pelos adversários que foram surgindo pela frente, mas só pela zona central, já que pelo flanco esquerdo sentiu dificuldades para passar Nuno Pinto. Mas teve a capacidade para assistir João Tomas e agitou a equipa no relvado. Lição de maturidade de um jovem que não pode resolver todos os problemas da equipa, naturalmente. Fez o segundo golo, monumental e cheio de sorte, com o pé esquerdo, no flanco direito, dando a volta ao resultado. Carlos Brito até saltou do banco.

Mateus, um jogador levado da breca

Futebol bem construído e incentivo forte para a equipa nos principais lances de contra-ataque. Arriscou boas movimentações pela zona central e flanco direito. Mostrou qualidade a desenvolver uma série de lances perigosos e solicitou bem Diego Barcellos e Rondon na área. Demonstrou sentido colectivo e deu profundidade ao jogo do Nacional. Ambição e agressividade a liderar a equipa, porque jogou sempre para desequilibrar o adversário. Esteve na génese da grande penalidade, que permitiu abrir o activo, sofrendo a falta de Éder no momento do remate. Um jogador absolutamente decisivo nesta equipa.

Primeiro momento: golo de Claudemir

Diego assistiu Mateus, que fora derrubado. Claudemir marcou a grande penalidade com frieza e segurança, já no início do encontro. O golo petrificou o adversário e influenciou decisivamente a grande parte da partida.

Meia ilusão: o ataque vilacondense

Produziu muito pouco. João Tomás e Yazalde tornaram-se facilmente anuláveis e continuaram sem minimamente impressionar durante a primeira parte. Demasiada cerimónia, desacerto e receio excessivo nas imediações da baliza adversária condicionaram a exibição. O camisola 9 fez, em termos práticos, uma exibição apagada. Inofensivos, os homens de Carlos Brito não souberam finalizar as ocasiões claras para marcar durante grande parte do encontro. O treinador tentou corrigir e dar o volte-face com a entrada de Jean Sony. E, mesmo assim, apesar de ser um defesa, resultou. A equipa aguardou pelo «esticão» que só o golo pode providenciar. Por vezes, pareceu alheado do encontro, mas no cruzamento de Jean Sony estava lá, afinal, perceptível no gesto que assinou dentro da área. Depois Christian Atsu assinou a reviravolta com um momento fabuloso. Sorte? Pouco lhe importou.



Outros destaques

Jean Sony revolucionou

Como um foguete pelo campo, o defesa-direito entrou e cruzou para o golo do empate. Indiferente à pressão, pensou, agitou a equipa no relvado e provocou a marcha dos acontecimentos no encontro.

Caixinha sem surpresas

Na estreia do treinador, o Nacional apresentou, praticamente, a mesma equipa que ganhou ao Beira Mar na última jornada. Uma equipa com profundidade e bem «embrulhada» no contra-ataque. Fora interessante assistir a tanta capacidade para criar lances de perigo. Na segunda parte, o treinador lançou ainda Mihelic para dar mais intensidade ao jogo alvinegro. Mostrou-se audaz, para um candidato à Europa, mas em última análise será pouco atraente permitir a reviravolta no marcador, quando tinha o jogo controlado e desperdiçado várias oprotunidades.