Uma segunda parte empolgante e empolgada não chegou para o Rio Ave contornar as vicissitudes de uma primeira metade desoladora. A formação de António Sousa apostou na cara da moeda e acabou por sair-lhe a coroa. Com isso perdeu uma excelente ocasião para somar pontos frente a um adversário do mesmo campeonato, ficando cada vez mais mergulhada na parte inferior da tabela, ali bem perto dos lugares que apertam o coração.
Já a Naval foi uma equipazinha adulta e aplicada, mérito que acabou por lhe valer três preciosos pontos fora de casa. Olhou para o jogo com enorme vontade, motivou-se com os assobios que o adversário recebia da bancada, foi crescendo com os minutos que corriam, terminou a primeira parte a encostar o Rio Ave completamente às cordas e marcou nessa altura um golo que soube depois defender com grande sofrimento.
Tanto sofrimento, aliás, que até viu o adversário desperdiçar duas grandes penalidades. A primeira numa marcação desastrosa de Gaúcho, a segunda numa excelente defesa de Taborda a remate de Cleiton. Ambas logo no início da segunda parte. Antes disso já a Naval tinha sido mais forte. Mesmo sem ter tanta bola, tinha sido mais rápida e mais decidida. Por isso teve as únicas oportunidades de golo que sobraram da primeira parte.
Uma Naval pronta para sofrer em batalha
Três delas por Franco na sequência de cruzamentos de canto, todas elas na parte final da primeira parte. A última deu mesmo em golo e deixou o Rio Ave mergulhado num enorme coro de assobios. A primeira parte tinha sido realmente má de mais. Era necessário fazer alguma coisa. António Sousa tratou então de lançar Evandro logo no reatamento e a coisa funcionou. A equipa virou do avesso na segunda parte. Apareceu rápida, empreendedora e finalizadora. As ocasiões de golo - com os penalties à cabeça, claro - começaram a suceder-se, o golo parecia adivinhar-se e a reacção de Álvaro Magalhães foi reforçar a defesa. Tirou Fogaça para meter Pedro Santos, primeiro, e tirou Saulo para meter Nélson Veiga, depois. Com isso o Rio Ave carregou ainda mais sobre a baliza adversária. Viveram-se então momentos de grande emoção. Mas sem qualquer alteração no resultado. A Naval foi enorme no sofrimento e o Rio Ave acabou bem penalizado pela penosa primeira parte.