A figura: Paulo Santos

Os destaques de um jogo de futebol têm lugares comuns. Se alguém vence pela margem mínima, multiplicam-se os elogios ao autor do golo solitário, ao opositor do nulo que tanto aborrece os amantes do futebol português. Quando o 0-0 persiste, o guarda-redes da equipa mais defensiva rouba os holofotes. Foi o caso. Paulo Santos, no seu jeito nem sempre ortodoxo, negou o golo a Pizzi na etapa inicial e fez o mesmo a Alan logo após o intervalo. Com Quim e Nuno Gomes do lado contrário, foi outro veterano luso a chamar a atenção. Segurou um ponto.

A desilusão: Nuno Gomes

Semana agridoce para o antigo capitão do Benfica. Foi chamado à selecção nacional, para o particular frente ao Luxemburgo, mas não entrou em campo. Regressou à titularidade, agora no Sp. Braga, mas passou ao lado do jogo. Não é uma mera força de expressão. Posicionado na área contrária, com extremos abertos e poucos cruzamentos à medida, Nuno Gomes pouco ou nada fez em Vila do Conde. Precisa de tempo para se adaptar à nova realidade, embora sejam compreensíveis as expectativas criadas. Foi substituído ao minuto 67, numa troca assobiada mas perfeitamente aceitável.

O momento: minuto 52

A primeira parte terminara sem golos nem grandes motivos de contentamento. Esperava-se mais e melhor na etapa complementar. O Sp. Braga entrou com determinação e pretendia abrir caminho para a vitória. O jovem Imorou, reforço com produção crescente ao longo do encontro, galgou na esquerda e tirou um cruzamento largo para Alan. Daqueles que permitem adivinhar o que se segue. O brasileiro, isolado ao segundo poste, tinha a baliza à mercê. Paulo Santos apareceu por lá, no caminho da bola. Manteve o nulo. Desfecho anunciado.

Outros destaques

Pizzi, à vista de Portugal

Pizzi foi um nome badalado durante o defeso, com várias ameaças de transferência por concretizar. O futebol português agradece a sua continuidade. No regresso a Braga, parece ter conquistado a confiança de Leonardo Jardim, surgindo como falso 10, nas costas do ponta-de-lança. Tem liberdade para cair nos flancos e qualidade para justificar o estatuto de enorme promessa. Portugal está a ver.

Quim, seja bem-vindo

Passar uma época sem competição, na sua idade, terá sido um enorme teste à força de vontade e perseverança. Quim venceu esse desafio. Regressou nesta pré-temporada com nova alma, impulsionado pela recente e talvez inesperada convocatória para a selecção nacional. Começa a época na baliza do Sp. Braga, frente ao mesmo adversário que assistira à sua despedida do Benfica. Qualidades intactas, pela primeira amostra.