João Tomás
Cinco golos e terceiro jogo consecutivo a marcar. Um registo impressionante para um avançado de 34 anos, recuperado neste defeso para os principais palcos do futebol português. João Tomás disse recentemente, «meio a brincar», que era o melhor ponta-de-lança português. Logo depois retratou-se, afinal não era mesmo a sério, pelo menos Liedson surgia em idêntico patamar. Porquê o comedimento? Contas feitas, quem marca mais que o «Jardel de Coimbra», agora acarinhado em Vila do Conde? Quem arrisca um pontapé frouxo, com o pé esquerdo, como aquele que originou o primeiro golo? E quem engana Tonel e remata sem pensar, bata no peito no pé ou nas bordas, como aconteceu no segundo? A idade vale o que vale.
Matías Fernández
O reforço mais sonante e dispendioso do Sporting atravessa o seu melhor período na fase mais cinzenta dos leões. O médio chileno encheu o relvado de Vila do Conde com um toque de bola encantador, repleto de alegria e exactidão. Liberto de amarras tácticas, Matías Fernández começa finalmente a aparecer mais perto da zona de finalação. Com três golos nas últimas três rondas da Liga, percebe-se finalmente o epíteto de Matigol. Frente ao Rio Ave, quebrou o nulo com um roubo de bola a Wires, uma finta sobre Fábio Faria e um remate por baixo do corpo de Carlos. Arte de um homem só. Soube a pouco.
Bruno Gama
A irreverência do costume no flanco direito do ataque vila-condense. Leonel Pontes repetiu a aposta de Paulo Bento, com André Marques como lateral esquerdo. Contudo, o defesa do Sporting acabou por perder grande parte dos duelos com Bruno Gama, um talento em processo de maturação. Zé Gomes e Gama inclinaram o futebol vila-condense para o lado direito, André Marques fez o que podia para tapar caminhos. Sem grande sucesso. Bruno Gama lançou Sidnei no primeiro golo de João Tomás e cruzou para o segundo do avançado português.
Angulo e Caicedo
Matías Fernández justifica os milhões dispendidos pelos Sporting. Os dois avançados, por outro lado, continuam a desperdiçar todas as oportunidades concedidas pela equipa técnica, agora liderada por Leonel Pontes. O antigo jogador do Valência, agora amarrado a uma posição que não condiz minimamente com o seu futebol, entrou ao intervalo e nada fez. Falhou uns passes, correu um pouco. Num ápice, Rio Ave empata e Sporting fica com dez. Caicedo entrou um minuto antes da expulsão de Daniel Carriço e protagonizou mais uma falhando inacreditável! Minuto 75. Carlos larga após remate de Mati, a bola está à mercê e a baliza também. O equatoriano, vá-se lá saber porquê, prefere dominar antes do remate, acabando por permitir a recuperação do guarda-redes do Rio Ave. Incrível!
Vítor Gomes
Exibição personalizada do médio português, sobretudo ao longo da etapa inicial, vestindo a pele de organizador de jogo. Pendeu para o lado direito, alimentando o seu irmão Zé Gomes e o imprevisível Bruno Gama. Na etapa complementar, com a entrada de Tarantini, baixou linhas e acabou o jogo como lateral direito, após a lesão do irmão Zé. Eficácia em três posições.
Sidnei
Veloz e incisivo, o extremo recrutado ao Boavista comprovou o bom entendimento com João Tomás, adivinhando a posição do avançado no lance do primeiro golo. Um sprint, um passe atrasado. Estava dado o mote para a recuperação. Até então, ensaiara alguns lances individuais e assumira a responsabilidade de cobrar grande parte das bolas paradas do Rio Ave. Um jogador interessante, para seguir com atenção.