Carlos Carvalhal, treinador do Rio Ave, em declarações aos jornalistas após a derrota com o Benfica por 2-0 no Estádio da Luz:

«Vitória justa do Benfica e parabéns ao Benfica. Preparámos muito bem o jogo. Isso implicou sair por trás a jogar e fizemo-lo com personalidade. Não deixámos que o Benfica nos pressionasse e a inclusão do Tarantini nas costas do Gabriel visou tirar-lhe a capacidade de pressionar à frente e quando o fizesse explorávamos o espaço entre linhas e a partir daí lançar os avançados: Taremi, Nuno Santos na esquerda e Gabrielzinho na direita.

Resultou, só que não em pleno porque não conseguimos concretizar uma ou duas situações: o Tarantini e a bola do Nuno no poste. Isso seria a cereja no topo do bolo.

O Benfica teve muitas dificuldades a pressionar. Chega ao 1-0 num lance de canto, mas sem o merecer, na minha opinião. A partir daí, até ao intervalo, o jogo continuou a ser equilibrado.

No início da segunda parte voltámos a entrar bem, mas com a ausência do Bruno Moreira perdemos agressividade ofensiva e com a ausência do Taremi sentimos mais dificuldades. Não que o Ronan não seja um bom jogador, mas tem características diferentes. É mais um jogador de ataque continuado e não com espaço nas costas.

Perdemos agressividade ofensiva e a capacidade de bloquear o Benfica na sua primeira fase de construção. Depois do 2-0, o Benfica ficou muito confortável no jogo. Não conseguimos ameaçar por dentro, fomos tentando aqui e ali por fora, e isso levou a que o Benfica tivesse o domínio do jogo e o conseguisse gerir, podendo também ampliar o marcador até final.

Esta quebra é pelo facto de não termos tido aquele travão à frente, mas também pelo facto de termos jogado na passada quarta-feira um jogo em que andámos até ao último minuto. Juntando ao 2-0 e à tranquilidade do resultado, isso levou a que a nossa equipa experimentasse dificuldades particularmente nos últimos 30 minutos.»

[Benfica de Bruno Lage tem algo de Carlos Carvalhal?]

«De forma alguma. Este Benfica é do Bruno Lage. É uma pessoa amiga, conheço o irmão, que trabalha comigo, os pais, a mulher e o filho Jaiminho.

Tentei e tentámos fazer o melhor. Nós queríamos ganhar o jogo e acho que isso foi claro na primeira parte. Não do ponto de vista de ter um ataque avassalador, mas sim de segurança. (…) Conseguimos defender bem e bloquear o jogo do Benfica na plenitude na primeira parte.

Valeu a capacidade que a equipa demonstrou principalmente na primeira parte para se bater contra um adversário como o Benfica.

Com Bruno Moreira, Taremi, e talvez o Ronan a entrar numa fase mais adiantada, não tenho dúvidas de que conseguiríamos fazer isto durante 90 minutos.»